Último diagnóstico sobre o estado de conservação das esculturas de Brusque foi realizado há quase 10 anos
Obras foram produzidas em várias edições do Simpósio Internacional e, além do Parque das Esculturas, estão espalhadas pela cidade
Realizado entre 2001 e 2007, o Simpósio Internacional de Esculturas deixou como herança centenas de obras de arte para Brusque.
As esculturas produzidas por diversos artistas brasileiros e internacionais, estão distribuídas em vários pontos da cidade e, inclusive, ganharam um espaço único para serem admiradas: o Parque das Esculturas Ilse Teske.
Entretanto, passados anos da realização do evento, não há um diagnóstico sobre o atual estado de conservação destas obras. Em ofício enviado à Câmara de Vereadores como resposta aos questionamentos do vereador Jean Pirola sobre o assunto, a Diretoria de Turismo da prefeitura afirma que um diagnóstico deste tipo deve ser feito por profissionais qualificados da área de restauração e conservação.
A Fundação Cultural tem um cargo destinado para este profissional, porém, não está ocupado. De acordo com a superintendente do órgão, Zane Marcos, não há previsão para preencher esta vaga, pois não é considerada uma prioridade da Fundação Cultural no momento. Entretanto, estuda maneiras de viabilizar as melhorias que as obras necessitam do ponto de vista da conservação e preservação.
A diretora-geral de Turismo, Rafaela Maestri, explica no documento enviado à Câmara, que cada obra de arte possui características muito específicas quanto ao tipo de material e como ele se comporta com a ação do tempo, principalmente no caso das esculturas de Brusque, que estão ao ar livre e sofrem influência de fatores ambientais como umidade, temperatura, luz, resíduos e a ação humana, que contribuem para o processo de deterioração.
“Cabe ao profissional indicado fazer as devidas análises fotográficas e químicas, a fim de encontrar as causas e intervir da forma adequada utilizando técnicas específicas para garantir a preservação e conservação da obra, ou até mesmo, devolver o aspecto original”.
O estudo mais recente foi realizado em 2014 por Lilian Fernanda Martins, profissional conservadora e restauradora, e incluiu a produção de uma ficha de diagnóstico, proposta de intervenções e restauro, ficha de acompanhamento e intervenção e relatório fotográfico. O estudo foi destinado apenas às obras alocadas no Parque das Esculturas na época.
Antes disso, foi feito um diagnóstico em 2010 por Roseli Kietzer Moreira, arte-educadora da Fundação Cultural na ocasião.
Pelos diagnósticos de 2010 e 2014, Rafaela destaca que as obras sofreram ao longo dos anos desgastes no que diz respeito à movimentação, como fissuras e fraturas.
“Isso evidencia a importância acerca da tomada de decisão relativa ao espaço onde as obras são alocadas e que novas movimentações sejam pensadas de modo criterioso para que sejam realizadas em definitivo. A cada movimentação com o guincho, além do custo operacional, as esculturas são prejudicadas com marcas, fissuras e, muitas vezes, fraturas”.
Onde as obras estão
Originalmente, as obras do Simpósio seriam alocadas no Parque das Esculturas e também distribuídas ao longo da cidade no projeto denominado “Rota 66”, que foi descontinuado.
Com isso, algumas esculturas foram transferidas para o Parque Linear em frente ao pavilhão da Fenarreco, que faz ligação com o Parque das Esculturas.
Ao todo, são 94 obras produzidas nos simpósios. Destas, 40 estão no Parque das Esculturas e as demais espalhadas em várias áreas da cidade, como praças e próximo a escolas, unidades de saúde e outras instituições.