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Liberdade para seguir seu caminho

Marina Renaux de Sabrit, mãe da atriz Patrícia de Sabrit, admira independência da filha famosa


Amar um filho é deixá-lo livre para seguir o seu próprio destino. O amor despretensioso é uma das principais lições que a brusquense Marina Renaux de Sabrit, de 63 anos – bisneta de Cônsul Carlos Renaux, neta de Guilherme Renaux e filha de Ingo Renaux -, ensinou para sua filha, a atriz Patrícia de Sabrit, 42, e que ela também faz questão de passar para o seu descendente Maximilian Hansen Sabrit, 10.

Mesmo morando há 50 anos em São Paulo, onde trabalha com assentamento de expatriado (documentação de pessoas que estão fora do seu país de origem), Marina carrega valores oriundos da educação dos familiares de Brusque – cidade em que viveu até os 11 anos e ainda mantém forte ligação, já que seu irmão Juliano Carlos Renaux continua residindo no município, no bairro São Luiz. “Honestidade é algo que eu trago do meu avô, do meu pai, assim como a fé, a educação e boas maneiras. A Patrícia leva esses valores, além da independência, algo que sempre admirei nela”.

Marina foi mãe de Patrícia com 21 anos, amamentou até os nove meses e desde então viveu o que intitula como “época gloriosa”, em que viajava muito. A filha foi criada neste ambiente, “normalmente e sem frescura”, nas palavras dela.

Os filhos foram criados para o mundo, precisam ter vida própria e podem viver no Japão ou na China, o que me interessa é que estejam felizes.

Marina Renaux de Sabrit

“A Patrícia sempre teve vida própria, foi líder desde criança. Sempre foi atrás do que queria”, diz a brusquense, que conta que o primeiro teste que a filha fez para trabalhar em novelas, aos 16 anos, foi realizado sem contar para ninguém. “Desde menina ela queria ser atriz. E um dia ela chegou e disse que tinha feito o teste na Globo para Sex Appeal [minissérie da Rede Globo, veiculado em 1993], que tinham adorado o teste, e que a chamariam depois”.

Ética e independência
Para Marina, que também tem outro filho – Stéphan Renaux de Sabrit -, três anos mais jovem do que Patrícia, “drogas e preguiça” sempre passaram longe dos seus familiares. Instruí-los a serem éticos e independentes, porém, sem esquecer que a família é a célula da sociedade, sempre foi o principal objetivo da matriarca. “Os filhos foram criados para o mundo, precisam ter vida própria e podem viver no Japão ou na China, o que me interessa é que estejam felizes”.

Patrícia e Marina de Sabrit / Foto: Arquivo Pessoal

A minha mãe é uma mãezona e foi presença total na minha infância. Mesmo tendo saído de casa cedo, sempre soube que poderia voltar para o colo dela e ensino isso para o meu filho.

Patrícia de Sabrit

Patrícia, que nasceu em São Paulo (SP) e pelo menos até os 16 anos vinha frequentemente a Brusque e à praia de Cabeçudas, em Itajaí, onde a família ainda possui residência, aprendeu com sua mãe esse amor livre, e que ela chama de “saudade saudável”.

“A minha mãe é uma mãezona e foi presença total na minha infância. Mesmo tendo saído de casa cedo [aos 15 anos Patrícia foi fazer intercâmbio no Texas, nos Estados Unidos], sempre soube que poderia voltar para o colo dela e ensino isso para o meu filho”, conta a atriz.

“Dou essa segurança ao Maximilian e digo que estarei ali para ele a qualquer momento, mas acho maravilhoso que tenha independência, que vá dormir na casa dos amiguinhos. Isso é extremamente saudável”.

A morte precoce de uma tia de Patrícia devido a um câncer, e sua separação com o cantor Fábio Júnior, estão entre os momentos mais difíceis vividos pela atriz, juntamente com sua mãe. Ela recorda que tinha apenas 26 anos e tinha a ideia romântica do amor, e que nesta fase Marina foi o seu grande esteio. “Minha mãe sempre foi muito forte, mas ela sentiu muito a minha separação”, diz Patrícia, que já fez sete novelas, passando por emissoras como Globo, SBT e Band.

Patrícia, formada em Cinema e Teatro, estreou na novela global Olho no Olho em 1993, atuou em Malhação, e teve o auge da sua carreira no SBT por meio da telenovela Pérola Negra, em que foi protagonista, entre 1998 e 1999. Atualmente ela se intitula mãe e esposa, já que tem uma agenda bem corrida de viagens ao lado do seu marido, o presidente da montadora Renault na América Latina.

“Eu amo o meu trabalho, mas sempre tive algo muito maternal, extremamente maternal. Ser mãe é uma realização gigante, é o que de mais gratificante existe na vida”, diz.