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Um mundo grotesco

Educar crianças e adolescentes nunca foi tarefa fácil. Sempre houve os rebeldes e brigões e aqueles que faziam qualquer coisa só para contrariar. Jovens têm mania de se autoafirmarem fazendo coisas esquisitas, em geral quando estão em grupo. Mas em tempos de comunicação mais simples, os problemas eram menores, apesar das gangues que pipocavam aqui […]

Educar crianças e adolescentes nunca foi tarefa fácil. Sempre houve os rebeldes e brigões e aqueles que faziam qualquer coisa só para contrariar. Jovens têm mania de se autoafirmarem fazendo coisas esquisitas, em geral quando estão em grupo. Mas em tempos de comunicação mais simples, os problemas eram menores, apesar das gangues que pipocavam aqui e acolá e da grande dificuldade de se impedir que alguns experimentassem drogas ou enveredassem por um caminho sombrio. Como, em geral, a autoridade dos pais não costumava ser contestada, a imensa maioria de jovens “normais” acabava andando na linha, mesmo que sem muita convicção. Ademais, os jovens, normalmente, estavam ocupados. A maioria começava a trabalhar cedo. Então, sobrava pouco tempo para ficar maquinando ou realizando idiotices. Em Brusque e região, a gurizada ficava ansiosa para completar logo quatorze anos e fazer ficha em uma das grandes empresas têxteis. Começar a trabalhar era um grande trunfo, um momento especial na vida da pessoa.

Retomo essas lembranças por conta da nova mania virtual que vem amedrontando todo mundo: o tal jogo da baleia azul. Criminosos virtuais estão aliciando crianças e adolescentes para um jogo grotesco, que inclui automutilação, assistir a filmes pesados de terror e, no último grau, o suicídio. A polícia já rastreia informações envolvendo suicídios de adolescentes em todo o mundo. Apesar de tão alto grau de bizarrice nos assustar, convém lembrar que o grotesco, o bizarro, o insano não começam nesse nível. Para que tenhamos tantos jovens susceptíveis a esse tipo de coisa, foi necessário preparar o caminho, aliciar aos poucos a mente e a sensibilidade deles, para que pudessem passar a gostar do que é naturalmente desprezível e repulsivo.

O antídoto natural para o mal, em todas as suas manifestações, é o desenvolvimento de uma vida religiosa e espiritual sadia e significativa. Então, a quem interessa espalhar o que não presta, a primeira tarefa é menosprezar, ridicularizar, e anular a força da religião na juventude. Se fizermos uma enquete para saber quem conhece os Mandamentos, já teremos uma noção do sucesso dessa empreitada. Depois, é necessário diminuir o papel e a autoridade dos pais na Educação das crianças. Quanto a isso, já temos falado o suficiente. Essa autoridade já está próxima de zero em boa parte dos casos. Acrescente-se o acesso a todo tipo de propaganda de contravalores. Novelas, filmes, músicas têm feito esse trabalho com afinco. Como o ser humano não se sacia com nada, é só ir aumentando a dose, fomentando o gosto pela violência, pela desobediência, pela avacalhação. As mesmas, novelas, filmes, músicas, jogos eletrônicos intermináveis vão ficando cada vez mais ousados, e a tal baleia azul é apenas um resultado dessa cultura insana.

Não há nem o que discutir. A única cura para essa doença crônica é a recuperação dos valores tradicionais, da autoridade saudável da família e do trabalho. Sim, está mais que na hora dessa gurizada começar a trabalhar, como no passado. Ou deve estar trabalhando, ou se preparando seriamente para o trabalho em cursos técnicos ou em atividade intelectual de alto rendimento. A adolescência tem se tornado uma imensa “caixa do nada”, espaço vazio onde tudo o que não presta tem ambiente fértil para se desenvolver. Já é passada a hora de preencher esse espaço e esse tempo com coisas positivas.