Um pai cheio de sonhos: quem era o motoboy que morreu em acidente nesta quinta-feira
Walef de Freitas Brandão, 25 anos, morreu enquanto voltava para casa, em Brusque
“Ele era muito esforçado, trabalhador e muito guerreiro.” Isso é apenas um pouco do que a família do motoboy Walef de Freitas Brandão, 25 anos, lembra do jovem. Ele foi vítima fatal do acidente na rodovia Antônio Heil, em Brusque, na noite desta quinta-feira, 24.
Walef morava com a companheira Sayonara Delleon, no bairro Limeira Baixa, e os dois filhos do casal, um menino de 3 anos e uma menina de 5. O jovem trabalhava como motoboy das 10h até às 21h.
De acordo com a irmã de Walef, a açougueira Vislaine de Freitas Brandão, ele voltava para casa quando o acidente aconteceu. Ele conduzia uma Honda Bros 160 preta, com placa de Brusque, que colidiu com um Pálio vermelho e um Doblo prata, próximo da loja Havan
Natural de Contagem, em Minas Gerais, tanto Walef quanto a família se mudaram para Brusque em julho de 2013. Segundo a irmã, primeiro veio ele e a mãe, a esterilizadora Marilza Gregório de Freitas Brandão, 49, que atualmente reside em Boston, nos Estados Unidos.
A vinda para Brusque, segundo Vislaine, foi em busca por mais qualidade de vida. Em Contagem, mesmo com um bom emprego, Walef decidiu pela mudança.
Na cidade, o jovem trabalhou por dois anos em uma tinturaria, após isso trabalhou como açougueiro em um supermercado. Há cerca de um ano começou trabalhar como motoboy.
De longe, a mãe relembra do contato frequente do filho. “Ele era um filho amoroso e carinhoso. Mesmo distante, ele ligava todo dia para dizer que me amava”, diz.
Vislaine ressalta que Walef era rodeado de amigos, pois era muito animado, bem-humorado e ativo. “Ele sempre foi um amigo para toda a hora. Tudo para o que você precisava, ele estava pronto para te ajudar. Ele sempre foi parceiro”, conta em lágrimas.
Segundo ela, Walef jogava muito futebol e animava todo mundo. “Ele era o atacante que mais fazia gol. Ele era bom em tudo o que ele fazia”, continua.
Ainda, o jovem era repleto de sonhos. Vislaine destaca que a maior vontade dele era ter o próprio negócio. Volta e meia, chegava com um novo plano, desde montar uma fábrica de linguiça, uma distribuidora de bebidas ou uma oficina de moto.
“Ele sempre foi assim. Sonhador”, diz. “O sonho dele era trabalhar um tempo e conquistar o que ele almejava. Não precisar trabalhar para os outros, trabalhar para ele”, completa.
Os sonhos foram interrompidos pela fatalidade. Walef foi velado e enterrado na tarde desta sexta-feira, 25, no cemitério Parque da Saudade, em Brusque.