Uma das empresas mais antigas de Brusque, Livraria Graf completa 87 anos de atividades

Primeiro registro da livraria consta de fevereiro de 1934 em um anúncio no jornal O Rebate

Uma das empresas mais antigas de Brusque, Livraria Graf completa 87 anos de atividades

Primeiro registro da livraria consta de fevereiro de 1934 em um anúncio no jornal O Rebate

Uma das empresas mais antigas em atividade em Brusque completou 87 anos neste mês de fevereiro. Em mais de oito décadas, a Livraria e Papelaria Graf acompanhou as transformações do município sempre ali, na avenida Cônsul Carlos Renaux.

O primeiro registro físico da livraria consta na edição de estreia do jornal O Rebate, fundado em fevereiro de 1934. Na capa do jornal, que circulou até 1962, uma propaganda da Livraria e Papelaria Helios, como era chamada nos primeiros anos, marca o início da história da Graf.

Fundada por Alvino Graf, a livraria funcionou por alguns anos junto com a tipografia que produzia o jornal O Rebate, também de propriedade de Graf. “A propaganda no jornal é o primeiro registro que temos. Pode ser que a livraria já existia antes, não sabemos. Por isso, tomamos como data o dia 3 de fevereiro de 1934”, observa o filho do fundador e atual proprietário da livraria, Eleutério Graf, o Telo.

Primeiro registro da livraria em anúncio no jornal O Rebate, em 1934

Nos primeiros anos, a livraria funcionava próximo onde hoje está localizado o Edifício Centenário, no Centro. Dez anos após sua fundação, se transferiu para o prédio onde está até hoje. “No prédio funcionava o jornal e a papelaria, vendendo material de escritório, livros, cadernos da época. Era tudo bem mais simples do que hoje”, recorda Telo, que começou a trabalhar na tipografia aos 12 anos.

A livraria foi fundada com o nome Helios, depois passou para Livraria e Papelaria Alvino Graf e no início da década de 1970, mudou para Livraria e Papelaria Graf.

Seu Telo Graf começou a trabalhar na tipografia que funcionava junto à livraria com 12 anos

A empresa, que faz parte da história de Brusque, passou por vários momentos emblemáticos: a Segunda Guerra Mundial, as grandes enchentes, os diversos planos econômicos do Brasil e agora a pandemia da Covid-19.

Na enchente de 1984, Telo recorda que a água chegou a 2,10 metros dentro da loja. “Foi uma lição de sobrevivência. Todo mundo foi atingido, então depois da enchente a gente atendia no canto atrás de um balcão pequeno com o que sobrou da mercadoria”.

Espaço cultural

Mesmo com todas as mudanças e momentos desafiadores, a livraria soube se adaptar e manter um público fiel. Hoje, a Graf atua com um foco mais cultural. No piso superior da livraria, foi montado um espaço que antes da pandemia recebia exposições, palestras e outros eventos culturais.

Espaço cultural fica no segundo piso da livraria

“A Graf se tornou mais do que uma livraria, virou um ponto de encontro, onde as pessoas se sentem bem. Considero um dos pontos altos os eventos aqui no nosso espaço”, destaca.
Entre os eventos mais populares realizados no espaço cultural da Graf está a contação de histórias, que antes da pandemia reunia um grande número de crianças.

“Gerava um público muito participativo. Sempre tinha um fotógrafo que acompanhava e dias depois do evento nós disponibilizávamos aos participantes as fotos impressas. Assim que for liberado para eventos, vamos voltar a realizar os encontros aqui na livraria”.

Adaptação

A livraria também busca se reinventar na oferta de produtos para os clientes. Durante a pandemia, por exemplo, apostou em materiais diferenciados para artistas, como papéis, pincéis e tintas. “São materiais modernos. Percebemos uma carência nesta área que se acentuou durante a pandemia. As pessoas ficaram com mais tempo para preencher culturalmente, então investimos neste sentido”.

Ao longo dos anos, livraria precisou se reinventar

Recentemente, a Graf também começou a apostar no sistema de autoatendimento, que de acordo com Telo, é uma tendência que veio para ficar.

Para ele, o segredo da longevidade é justamente este: a capacidade de adaptação. “Vejo que a livraria é um camaleão. Se transformou de acordo com as necessidades. Acho que esse deve ser o segredo”.

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