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“Uma Igreja Sinodal em Missão” (2)

Na semana passada, vimos algo a respeito da visão geral que o Relatório de Síntese, produzido ao final da Primeira Sessão do Sínodo, apresentou dos trabalhos realizados de 4 a 29 de outubro, em Roma. Hoje, pretendo apresentar algumas considerações sobre as conclusões apresentadas. É bom lembrar que esse relatório foi votado, parágrafo por parágrafo […]

Na semana passada, vimos algo a respeito da visão geral que o Relatório de Síntese, produzido ao final da Primeira Sessão do Sínodo, apresentou dos trabalhos realizados de 4 a 29 de outubro, em Roma. Hoje, pretendo apresentar algumas considerações sobre as conclusões apresentadas. É bom lembrar que esse relatório foi votado, parágrafo por parágrafo pelos 344 votantes presentes. A equipe redatora teve o trabalho de incorporar 1150 alterações propostas ao texto previamente apresentado pela mesma equipe, à Assembleia sinodal. Cada parágrafo proposto para ser incluído necessitava de dois terços dos votantes.

No Relatório de Síntese votado, aparecem temas que são apresentados como Questões Polêmicas. Entre elas, a possível inclusão de mulheres no diaconato. A segunda referente se deveria continuar o aprofundamento desta temática já algumas iniciadas por duas comissões. Essa também teve votação negativa significativa. Aliás, foi uma das propostas que recebeu mais votos opostos. Sessenta e sete membros votaram contra a proposta de que “a investigação teológica e pastoral sobre o acesso das mulheres ao diaconato deveria ser continuada” tendo em conta os resultados de duas comissões criadas pelo papa Francisco para estudar o tema. Se possível, os resultados deverão ser apresentados na próxima sessão da assembleia”.

O Sínodo apresentou também algumas propostas concretas que podem ser incrementadas imediatamente. Outras que sejam encaminhadas para sua possível incorporação à vida da Igreja. Entre elas, saliento as mais significativas. Uma delas, inclusive, a sinodalidade foi vivida intensamente no próprio Sínodo; um apelo a mudanças na tomada de decisões eclesiais e à expansão das assembleias e órgãos sinodais na vida da Igreja.

Também, o relatório apela ao reconhecimento canônico das assembleias continentais e à implementação do “exercício da sinodalidade” em nível regional, nacional e continental. Uma revisão dos conselhos da Igreja local para “realizar através deles uma maior participação do povo de Deus”.

A assembleia sinodal também propôs reconsiderar formalmente a composição do próprio sínodo dos bispos. Inclusive, apresentou modos práticos de sua composição. Todavia, “a questão permanece aberta sobre o impacto da presença [de não-bispos] como membros plenos no caráter episcopal da assembleia”, diz o documento sinodal. O relatório sugere três opções para a organização de futuros sínodos globais: apenas bispos, tanto bispos como não-bispos, ou uma assembleia de não-bispos seguida por uma assembleia episcopal.

O documento apela aos bispos para que exerçam o seu mandato de ensinar, governar e santificar por meio de um maior envolvimento com os membros da sua comunidade local. A assembleia também apela a uma revisão dos critérios utilizados para escolher novos bispos, incorporando consultas mais amplas no processo, incluindo uma maior contribuição de homens e mulheres leigos. E também é destacada a importância de formar seminaristas numa vertente mais sinodal de envolvimento pastoral.