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Uma tragédia sem precedentes no campo da comunicação

A semana teve o Brusque encabeçando as principais páginas esportivas por causa do rolo envolvendo o jogador Celsinho do Londrina. Uma crise que todos nós sabemos como ocorreu, e que o clube não soube lidar. Até agora, a diretoria do clube não disse quem foi o autor da infeliz nota oficial da noite de domingo […]

A semana teve o Brusque encabeçando as principais páginas esportivas por causa do rolo envolvendo o jogador Celsinho do Londrina. Uma crise que todos nós sabemos como ocorreu, e que o clube não soube lidar. Até agora, a diretoria do clube não disse quem foi o autor da infeliz nota oficial da noite de domingo que acabou explodindo uma revolta nacional contra o clube e a cidade, e não informou se essa pessoa foi afastada do clube.

Uma segunda nota foi feita na segunda, com o texto correto, que deveria ter sido divulgado depois do jogo, mas pouco ajudando. Para piorar, a TV do clube fez uma live na noite de segunda relativizando tudo o que aconteceu. Uma tragédia sem precedentes no campo da comunicação e (falta de) gestão de crise.

Especialistas em direito desportivo que consultei dizem que dificilmente o Brusque terá uma punição desportiva, pelo fato de não ser reincidente e porque o suposto insulto não partiu de um grupo de pessoas. Uma multa deve ser a hipótese mais provável. Mesmo não vindo uma punição do tribunal, o dano na imagem do clube é imensurável: já teve patrocinador pulando fora e outros já avisaram que estão analisando a situação.

O campeonato segue, tanto que hoje tem jogo importante. O Brusque precisará calcular muito bem os seus passos para não se envolver em mais problemas, não só no campo minado da injúria racial, bem como no próprio comportamento de seus dirigentes na arquibancada do estádio, o qual já vimos pequenas confusões em jogos anteriores. Carrego uma tristeza pelo fato do clube ainda não ter se situado que está na Série B, e isso vai desde o comportamento dos dirigentes até o desdém que o clube tem na sua comunicação. Uma simples entrevista coletiva do treinador, que só pode ser feita pelo clube em tempos de pandemia, leva horas para ser divulgada.

Sei que pra muita coisa o tempo ajuda. A ferida é grande, mas o tempo vai baixar um pouco da poeira e deixar que pelo menos o time consiga jogar em paz. Mas estamos esperando atitudes que ainda não vieram. Houve um problemão que o clube não soube resolver, e só colaborou para piorar. É hora de profissionalizar a forma como o clube vende e mostra a sua imagem, e dar exemplo . O Brasil está esperando por uma resposta e uma mudança de conduta.

Obrigação

Falando em campo e bola, o Brusque enfrenta o desfalcado Avaí logo mais com a obrigação da vitória. Com a derrota do Londrina para o Coritiba, o Bruscão pode abrir oito pontos de vantagem para a zona de rebaixamento caso bata o Leão da Ilha, o que dá mais tranquilidade, até pensando que na terça tem jogo contra o líder Coritiba fora de casa. Algumas dúvidas no ar: Edu é presença incerta no jogo depois de ficar de fora do último jogo, e fica a expectativa para saber se Marlone entrará como titular, e como isso vai respingar em Thiago Alagoano, que poderá continuar no meio-campo ou até ser deslocado para o ataque.

Ataque

“Foi um risco que assumimos”, foi o que disse o vice-presidente do Brusque, Carlos Beuting, ao anunciar a contratação do atacante Tony, que passou por aqui nos anos de 2015 e 2016, e que estava no futebol de Angola desde 2017. Fico tentando entender os motivos de se trazer de volta o jogador de 28 anos, que entrou no BID sem ao menos o Brusque ter feito os exames médicos, e por ter bons números em uma liga absolutamente inexpressiva. Também pesa contra o fato do jogador já ter acionado o clube na Justiça, no passado. Se fosse para fazer apostas de ligas menores, preferiria trazer o Vinicius Urbano, melhor atacante da Série B do Catarinense pelo Carlos Renaux, que fez mais dois gols ontem.

Punição

O Carlos Renaux foi punido ontem com a perda de 3 mandos de campo, mais 8 mil reais de multa, pelos incidentes na partida contra o Tubarão, no último dia 12, quando houve invasão do vestiário da arbitragem, agressão ao assistente, além das taxas de arbitragem que não foram pagas. A decisão foi no Pleno do TJD, que analisou recurso da procuradoria, que achou muito branda a punição na comissão disciplinar. Como o Vovô tem apenas mais um jogo em casa pelo Catarinense Série B, o clube ficará devendo partidas fora do seu estádio no ano que vem.