Unifebe promove tarde de lazer a grupo de idosas na Villa Renaux
Senhoras conheceram a casa onde viveu o Cônsul Carlos Renaux
“Encontro de dois tempos”. Assim pode ser definida a atividade de extensão realizada pela Unifebe em parceria com o Grupo Vovós Unidas, do bairro Santa Terezinha, na quarta-feira, 16, que reuniu cerca de 50 senhoras na casa onde viveu o Cônsul Carlos Renaux, na rua Primeiro de Maio, e promoveu uma tarde de lazer e cultura.
Além de conhecerem o espaço e as histórias que permearam a vida do proprietário da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux — a primeira indústria têxtil da cidade —, as idosas também compartilharam suas histórias, já que algumas trabalharam nas empresas da família ou tiveram familiares que lá desempenharam funções.
A professora de Psicologia, Luzia de Miranda Meurer, responsável pelo projeto Univida: Estar bem para viver bem, destaca que a atividade busca propiciar aos idosos da comunidade, por meio de encontros e oficinas, um espaço de convivência, socialização e desenvolvimento humano. Além de promover o autoconhecimento, reflexão sobre si e sobre o outro, empatia e assertividade, os encontros contribuem para o desenvolvimento das relações interpessoais, tornando a universidade promotora do desenvolvimento humano.
“É um espaço de encontro, para que compartilhem suas experiências e valores. Mesmo a maioria das senhoras sendo brusquenses, não conheciam esta casa, por isso, trazê-las neste local histórico é significativo e permite que conheçam a história viva”, ressalta Luzia.
Cláudia Hoffmann Galassini, 76 anos, trabalhou na fiação da fábrica Renaux por oito anos e não sabia onde encontrava-se a casa do cônsul. Para ela, a tarde no local foi especial.
“Nunca imaginei que tinha essa casa aqui. A vista é tão bonita e nossos encontros são tão bons, é um momento que posso arejar a cabeça e conhecer a história da cidade”, analisa Cláudia.
Zulma Clarice Orthmann, 65 anos, trabalhou por quase duas décadas em diversos empreendimentos da família Renaux. Ela afirma que conhecer o local lhe permitiu relembrar momentos importantes de sua vida.
A coordenadora do grupo Vovós Unidas, Lourdes Maria de Oliveira, 71 anos, salienta que ficou realizada em conhecer um espaço “tão lindo e maravilhoso”.
“Sou grata a Unifebe por nos proporcionar estes encontros. Moro há 70 anos em Brusque e não imaginava ter um lugar histórico tão rico como esse. Às vezes procuramos cultura longe de nós e tem algo tão lindo perto”, observa Lourdes.
Marco de um tempo
A assessora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão (Proppex) e coordenadora da editora Unifebe, Rosemari Glatz, é pesquisadora e responsável pelas atividades na Villa Renaux. Foi ela que guiou a atividade cultural na casa do cônsul e contou detalhes da história ao grupo de senhoras.
Rosemari explica que a casa foi construída para o retorno de Renaux da Alemanha, quando deixou de ser Cônsul Honorário do Brasil lá e voltou para o país. Na época ele contratou um engenheiro alemão Eugen Rombach para projetar a casa onde queria viver até o final de sua vida.
A residência começou a ser construída em 1932 e foi finalizada três anos depois, quando o cônsul e a consulesa vieram morar no local. A casa possui estilo toscano — moda daquele tempo —, e mesmo sendo grande, é funcional. O terreno tem aproximadamente 55 mil metros quadrados.
A casa pode ser denominada um “Museu Vivo” e ainda não está aberta para visitação. Desde maio de 2017, a UNIFEBE realiza pesquisas no local e em julho, quando foi assinado o Termo de Cooperação entre a Instituição e o herdeiro do imóvel, a UNIFEBE passou a ter pleno e irrestrito acesso ao acervo documental histórico físico e digital que se encontra armazenado na Villa Renaux, com o objetivo de contribuir para a sistematização, preservação e socialização da memória, documentação visual da história e do patrimônio cultural da cidade de Brusque e região.
“A tarde de hoje permitiu que essas senhoras, a maioria octogenárias, tivessem um encontro de histórias. É uma riqueza que não tem preço para a comunidade de Brusque, do Estado e até do país. É o marco de um tempo”, enfatiza Rosemari.
O projeto
O Univida: estar bem para viver bem é um projeto de extensão da Unifebe, que realiza semanalmente encontro com idosas de 60 a 91 anos do bairro Santa Terezinha. O grupo Vovós Unidas existe há 30 anos e realiza atividades de cunho social, recreativo e cultural.