Unifebe se prepara para criar o maior Arquivo Histórico da Indústria Têxtil Catarinense
Documentos, fotografias e artefatos têxteis serão disponibilizados à população
Documentos, fotografias e artefatos têxteis serão disponibilizados à população
Recuperar documentos, preservar a história e devolver à comunidade os registros de sua memória, são alguns dos objetivos do Arquivo Histórico da Indústria Têxtil Catarinense. O projeto desenvolvido pelo Centro Universitário de Brusque (Unifebe) digitalizará os principais documentos, fotografias e artefatos têxteis das nossas indústrias, e disponibilizará as peças originais na Biblioteca Padre Orlando Maria Murphy.
A comissão formada pela Unifebe já está trabalhando na digitalização do acervo da família Renaux, cedidos pelo representante da família, Vitor Renaux Hering, por meio de um Convênio Cultural, firmado em 28 de julho de 2017. Desde então, a Unifebe é responsável pela preservação dos documentos, registros, negativos de fotos, atividades culturais e de pesquisa da casa localizada na Avenida Primeiro de Maio, em Brusque, conhecida como Villa Renaux.
De acordo com a reitora da Unifebe, professora Rosemari Glatz, a instituição já se prepara para deter o maior acervo de documentos das indústrias têxteis. “Nossa meta é receber também obras raras da Buettner e da Schlösser. As tratativas já iniciaram para que sejamos a maior fonte de pesquisa da história têxtil da região”.
Para disponibilizar os arquivos históricos, a Unifebe está profissionalizando alguns colaboradores, que serão responsáveis por fazer o inventário, higienização, digitalização e catalogação dos materiais. Após esses procedimentos, o acervo poderá ser acessado pela internet, por meio do sistema Pergamum, um sistema integrado de bibliotecas. A Unifebe adquiriu um módulo específico para arquivos e museus. Com os registros cadastrados no Pergamum, o Arquivo Histórico da Indústria Têxtil Catarinense estará na maior rede de bibliotecas do Brasil.
Interessados em conhecer a história da indústria têxtil catarinense poderão acessar de qualquer lugar do país, informações, tais como: nome do objeto ou documento, descrição, dimensões, detalhamento sobre o estado de conservação, a quem pertenceu e quem fez a doação. Basta acessar o site unifebe.edu.br, selecionar o menu Vida no Campus/ Biblioteca. No botão consulta ao acervo, é possível pesquisar por palavras-chave que se referem ao objeto a ser estudado.
A coordenadora do projeto, doutora em História e Pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura (Proppex), professora Edinéia Pereira da Silva, lembra que além de on-line, a comunidade terá acesso a esses documentos históricos na biblioteca da própria Unifebe.
“Está sendo preparada uma estrutura física exclusiva na Biblioteca Padre Orlando Maria Murphy para o acondicionamento correto para essas obras, que serão expostas em equipamentos de museus”.
Dada a importância do projeto, a comissão que será responsável por preservar o acervo será supervisionada pela própria reitora da instituição. Os colaboradores, acadêmicos, bolsistas e bibliotecárias já foram instruídos sobre os procedimentos tanto para a manutenção como para a digitalização dos documentos. Nos próximos dias, a equipe passará por uma formação com o médico alergista e imunologista, Phelipe Souza, sobre a higienização e tratamento dos materiais, visto que a maioria dos documentos data do século XIX.
Para transformar o Arquivo Histórico da Indústria Têxtil Catarinense em modelo, a comissão realizou visita de benchmarking ao Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), de Orleans, referência no estado em preservação de documentos históricos. A equipe visitou também o Instituto Carl Hoepcke, em Florianópolis, e o Museu Histórico Nacional e Museu Imperial, no Rio de Janeiro.
Já a bibliotecária da instituição, Carla Zenita do Nascimento, participou do V Congresso Internacional em Tecnologia e Organização da Informação, e do V Simpósio de Preservação e Conservação de Acervo, promovido pela Universidade de São Paulo (USP).
Com o intuito de expandir os conhecimentos sobre a preservação de documentos históricos, a Unifebe oferecerá formações gratuitas para as casas museais da região. Nesta semana, a instituição recebeu membros da Biblioteca Pública Municipal e da Casa de Brusque.
A Unifebe também receberá arquivos referentes à história da indústria têxtil, doados pela comunidade. Os interessados em fazer a doação podem encaminhar um e-mail para [email protected]. Os acervos recebidos serão inventariados e receberão o nome dos doadores.
“Nosso objetivo é focar na indústria têxtil para nos tornamos referência em pesquisa. A Unifebe já teve o curso de História, o Centro de Documentação Oral e Memória (Cedom) e o Laboratório de História, e tudo isso está sendo recuperado para ser disponibilizado à população. A meta dessa gestão é devolver para a comunidade a sua história, por meio do maior Arquivo Histórico da Indústria Têxtil Catarinense”, enfatiza Edinéia.
Segundo a reitora, a Unifebe já é procurada como fonte de pesquisa sobre a história da indústria têxtil. “Nos últimos dias recebemos um pesquisador de Brasília e estamos na expectativa de recebermos muito mais. Esse arquivo histórico era um desejo da historiadora Maria Luiza Renaux, que hoje está sendo representado pelo Vitor, e agora é nosso também”.
A partir do próximo ano, parte do acervo estará disponível on-line e na Unifebe.