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Uniformes da rede de ensino de Brusque são encontrados em depósito irregular de lixo

Nas redes sociais, moradores do bairro Limeira divulgaram um vídeo para denunciar a situação

O vídeo publicado por moradores do bairro Limeira, em Brusque, na semana passada, retrata a recorrência do depósito irregular de lixo na rua Luiz Mafezzolli. A margem da via de terra acumula pontos com entulho, restos de móveis, lixo doméstico e roupas. Na gravação, uniformes da rede pública municipal também estão entre o lixo. No fim da semana passada ainda era possível encontrar peças no local.

Antes da gravação, o material foi encontrado por Alzira Luchni, 62. Ela passava pela rua com um vizinho quando viu os sacos plásticos com diferentes peças de roupa. Quando voltava para casa, lembra, algumas pessoas já estavam no local, dividindo as peças para serem reaproveitadas.

O descaso com as roupas gera revolta na moradora. Destaca a existência de famílias que poderiam ser beneficiadas com um destino correto das peças e o custo envolvido com a confecção dos uniformes. “É um absurdo. Se não usam mais, por que não doam para quem precisa?”.

Moradora do bairro há 30 anos, Alzira afirma não se surpreender mais com o acúmulo de lixo nos terrenos próximos à rua. Há dois anos, encontrou medicamentos jogados no mesmo local. Ela tentou fotografar, mas o material havia sido queimado. Segundo ela, além dos descartes de objetos e entulho, é comum utilizarem as margens da pista para depositar animais mortos.

Tema de debate
As reclamações de acúmulo de lixo em diferentes pontos da cidade devem ser tema de uma reunião entre representantes da Fundema e a Secretaria de Obras nesta semana. Segundo o superintendente da fundação, Cristiano Olinger, é preciso encontrar uma forma de conscientização, além de identificar e reduzir a recorrência dos casos.

Segundo Olinger, a falta de moradores próximos aos pontos com acúmulo mais recorrente é um agravante, mas o problema não é exclusividade do bairro. Apesar de não ter estimativa de quantos locais recebem lixo de forma irregular, nem quais os pontos mais críticos, o superintendente espera definir uma estratégia para limpeza dos pontos durante o encontro entre os representantes dos órgãos públicos.

Com os espaços limpos, pretende investir em campanhas de conscientização e a colaboração popular. Olinger pretende cercar áreas consideradas mais críticas e retomar as placas de alerta à proibição. Há mais de três anos, lembra, algumas haviam sido instaladas, mas acabaram depredadas.

Uma das dificuldades relatadas pelo superintendente está na fiscalização. Com dois fiscais ambientais, ele espera uma mudança cultural para auxiliar na redução do problema. Olinger ressalta a possibilidade de notificação dos proprietários que permitam o acúmulo de lixo em áreas abertas. Quem for flagrado depositando lixo em local irregular pode ser multado com o valor mínimo de R$ 500.

Uniformes antigos
Para a secretária de Educação, Eliani Bueno, os uniformes vistos no vídeo são de um modelo que já não é utilizado pelos estudantes da rede pública. “São uniformes usados, descartados por algum motivo, por uma família que deve ter doado. Não tem relação com a secretaria, nem com as escolas”.

De acordo com Eliani, apesar de não ter uma campanha oficial de estímulo à doação de uniformes antigos, o repasse para a Assistência Social deveria ser uma prática recorrente dentro de um cuidado ambiental. Com isso, ressalta, se abre a possibilidade de uma vida útil maior às peças, mesmo fora do uso escolar.