Universidades de Brusque enfrentam dificuldades em contratar mestres e doutores
Número de profissionais é menor do que a demanda do mercado local
Número de profissionais é menor do que a demanda do mercado local
Para ser professor em três das instituições de ensino superior de Brusque é preciso ter vivência de mercado e qualificação comprovada, de preferência mestrado ou doutorado. Este é o perfil buscado pelos centro universitários e faculdades da cidade, mas não é fácil de encontrar.
Sem muitas opções no mercado local, boa parte de dos profissionais que lecionam na cidade vêm de fora, sobretudo Blumenau e Florianópolis.
O Centro Universitário de Brusque (Unifebe), maior instituição da cidade, tem em seu corpo docente cerca de 70% mestres e doutores e 30% de especialistas, de acordo com o vice-reitor Alessandro Fazzino. O número é considerado bom, no entanto, exige esforço por parte da Unifebe para captar os professores. Muitos deles são de Florianópolis, Blumenau e Itajaí – cidades próximas que contam com cursos de mestrado.
O Ministério da Educação (MEC) obriga as instituições de ensino superior a ter metade dos professores com mestrado e doutorado. Não é possível contar apenas com especialistas (pós-graduação). No caso da Unifebe, Fazzino explica que o centro já conta com muitos mestres e doutores, por isso fez uma mudança recente: nos cursos com a cota mínima já preenchida serão admitidos especialistas.
Fazzino considera que não é difícil encontrar professores bem qualificados para dar aula em Brusque. Entretanto, em algumas disciplinas específicas a dificuldade aumenta e é aí que a Unifebe precisa buscar profissionais fora de Brusque.
O processo para entrar na Unifebe é longo e criterioso. Há duas formas: processo seletivo interno e processo seletivo geral. Apesar este último é aberto à comunidade. O candidato deve se inscrever no site e passa ainda por prova de conhecimentos específicos e por uma banca avaliadora. Os pré-requisitos – se especialização, mestrado ou doutorado – são informados em cada edital.
O vice-reitor frisa, contudo, que o simples fato de ter um mestrado não garante a vaga ao professor. É feita uma análise completa, incluindo vivência de mercado e a didática antes de uma contratação.
Engenharia é mais complicado
Por ser uma faculdade privada, a Uniasselvi/Assevim tem um processo de contratação diferente. Os candidatos passam por prova de conhecimentos gerais, prova prática e avaliação curricular. A diretora Graziele Beiler explica que não existe um período específico para contratar. As vagas são abertas conforme a necessidade. Ela também esclarece que não existe uma regra pré-definida, só mestrado ou só especialização.
“É avaliado caso a caso”, afirma Graziele. O curso que apresenta a maior dificuldade em encontrar professores mais qualificados é o de Engenharia. De acordo com ela, o que ocorre é que os engenheiros, de maneira geral, se dedicam ao mercado ou se qualificam para a carreira acadêmica. Não são muitos que reúnem os dois requisitos.
Mão de obra especializada no litoral
O Senac abriu recentemente dois cursos superiores em Brusque: Estética e Cosmética e Processos Gerenciais. A diretora da unidade de Brusque, Ana Cristina Heil Belli, diz que boa parte dos professores de estética vêm de Balneário Camboriú. Na cidade vizinha, existe o curso de Cosmética da Univali, por isso o número de profissionais no município litorâneo é maior.
Embora a quantidade de professores não seja abundante na região, Ana Cristina afirma que não foi difícil montar a equipe de professores para os novos cursos. Hoje, são 17 pessoas, que trabalharam no primeiro semestre ou que irão lecionar no segundo. Todos os profissionais passam por uma prova, entrevista com coordenador do curso e análise curricular. De acordo com a diretora, 25% dos profissionais são doutores, 53% são mestres e 22% são especialistas.
A reportagem entrou em contato com a Faculdade São Luiz, mas não recebeu retorno até o fechamento desta reportagem.