UPA de Brusque tem novo diretor desde setembro
Ainda em fase de adptação, Elison Ivan Soares considera a UPA um local de trabalho tranquilo
A Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque conta com um novo diretor desde 3 de setembro. Elison Ivan Soares assumiu a unidade após um convite do diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Edemir Alexandre Camargo Neto. Ele é natural de São João Batista, mas mora em Tijucas há 16 anos.
Soares é formado em direito pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e, profissionalmente, ingressou no sistema prisional em março de 2008, atuando como agente penitenciário em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Após dois anos, foi transferido para o presídio de Tijucas, onde ficou por seis anos e meio. Nos últimos nove meses na unidade, trabalhou também como chefe de segurança.
Ainda em fase de adaptação na UPA de Brusque, Soares garante que considera uma unidade tranquila, com o regime disciplinar bom. “Antes de vir para cá, não conhecia o funcionamento, mas tem me surpreendido”.
Na análise do novo gestor, isso acontece porque a maioria dos presos são da região, o que ele classifica como ‘peculiar’. “Quando há muitos presos de lugares diferentes, as culturas se misturam e acaba gerando atrito. É diferente. Apesar de Brusque estar perto do litoral, o preso daqui é diferente do de lá, em questão de comportamento”, avalia.
Soares ressalta que os internos da UPA apresentam um comportamento adequado, em que cumprem as normativas estabelecidas pela unidade. “E essa é uma diferença que salta aos olhos”, afirma.
O novo diretor diz que tem como objetivo oportunizar ao interno a ressocialização, oferecendo trabalho e estudo. “Quando assumi a unidade, infelizmente não tínhamos o trabalho em funcionamento e nem mesmo o estudo presencial, que pretendemos implantar até o próximo ano”, diz.
Superlotação
Um problema em todas as unidades prisionais do estado é o número de presos acima da capacidade. Em Brusque não é diferente. Hoje a unidade abriga 124 apenados, enquanto o ideal seria 72. “O governo tem trabalhado bastante para que esse número de superlotação diminua nas 48 unidades. Para isso, inaugurou em outubro a penitenciária de Curitibanos; tem a construção da penitenciária de Blumenau e o novo complexo de Itajaí, que foi inaugurado recentemente”, diz Soares.
Apesar da UPA de Brusque ter um número acima da capacidade, Soares não considera que há superlotação. “Não temos presos que vivem grudados na grade. Todos têm colchão, alimentação, atendimento de saúde e, ainda é ofertado educação a quem tem interesse”.
Soares ressalta que o Juiz da Vara Criminal da Comarca de Brusque, Edemar Leopoldo Schlösser, em suas decisões, sempre requisita que os detentos condenados seja alocados em penitenciárias ou unidades de acordo com a pena. “Dentro dessas determinações temos tentado cumprir, pedindo vagas em outras unidades. Já chegamos a ter na UPA 149 presos”, diz.
A UPA de Brusque conta com dez celas de convívio fechado e mais duas para os apenados que trabalham na cozinha, horta e manutenção do prédio, que somam 12 pessoas. Dentro de cada cela com capacidade para oito pessoas, hoje vivem 11 presos.