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URGENTE – André Fagundes é condenado à prisão por morte da menina Milena; saiba qual foi a pena

Ele possui o direito de recorrer em liberdade

André Mott Fagundes, o motorista acusado de atropelar e matar a menina Milena Ketlin Ristow, de nove anos, no bairro Cedro Alto, em Brusque, em julho de 2021, foi condenado à prisão. A sentença dada foi de 11 anos em regime inicial fechado. Ele possui o direito de recorrer em liberdade. Serão sete anos pela morte da criança e mais quatro pela tentativa de homicídio contra a mãe da vítima.

André deu seu depoimento perante o júri na manhã desta sexta-feira, 11, no Fórum da Comarca de Brusque. Além dele, quatro testemunhas de defesa também foram ouvidas. O julgamento, que começou às 8h30.

Familiares da vítima choram após anúncio da sentença – Thiago Facchini/O Município

Processo

André foi julgado pelo júri popular, pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). A defesa do acusado, porém, tentou reverter a decisão e entrou com recurso em segunda instância, que não teve prosseguimento.

Ele respondeu por homicídio com dolo eventual, no caso de Milena, quando não há intenção de matar, mas que compreende e assume o risco da morte acontecer. No caso da mãe da menina, Alvaci de Abreu, André respondeu por tentativa de homicídio.

Momento do anúncio da sentença – Thiago Facchini/O Município

Acusação

Quem falou primeiro foi Susana Carnaúba, promotora de acusação. Com falas emocionais, a magistrada focou em deixar claro que André assumiu o risco quando decidiu dirigir no”estado em que se encontrava”. Buscou lembrar o júri de que o médico legista (que examinou o réu), colocou em relatório que o acusado apresentava sinais de diminuição de capacidade psicomotora. 

Trouxe com detalhes os movimentos feitos pela mãe de Milena na tentativa de proteger a menina. A fala de Susana emocionou muitos dos que estavam presentes do tribunal. Para a família, foi um momento de muita dor, lágrimas e revolta. 

Mãe de Milena – Otávio Timm/O Município

Sobre a falta de iluminação e visão alegada por André na noite da colisão, diz que as faixas da via estavam ‘claramente visíveis’ e que não era permitido ultrapassagens no local.

Divulgou vídeos do motorista que trafegava na frente de André na delegacia, o mesmo foi o primeiro a parar e prestar socorro à família, além de flagrar André deixando o local sem prestar socorro. Procurou deixar claro o estado de embriaguez do réu, mostrando um vídeo em que o acusado não consegue abrir a porta do carro. 

“Se ele tivesse parado ali e ido para casa de outra maneira, Milena estaria viva. O silêncio na casa da família, uma mãe sem o seu ‘chaveirinho’, nada disso será apagado”, disse Susana. Ao final, mostrou um vídeo sobre famílias que perderam parentes em acidentes e terminou seu discurso chorando.

Otávio Timm/O Município

Defesa

Já o advogado de defesa, Ismael Grein, começou seu discurso alertando para que o júri tomasse cuidado com o sentimentalismo e a emoção. Pediu para que se atentassem ao lado técnico do caso e alegou algumas discordâncias. 

“Onde está a prova de que ele estava ‘muito bêbado’? Só querem condenar por condenar, mas faltam muitos detalhes importantes. A vítima foi lançada a uma distância de 20 metros? Essa informação é baseada no quê? O laudo só vem em outubro, é preciso esperar. Nossa testemunha (perito veicular) foi até o local seis meses depois, mas e o IGP? O laudo deles foi anexado em setembro, meses depois também”, disse o advogado.

Otávio Timm/O Município

Minutos depois, falou sobre o motorista que foi ultrapassado por André na rua onde houve a colisão. Para ele, se nem o motorista da frente viu que havia uma família andando no local, não seria estranho André também não ver.

“Estavam no ponto cego dele. A disposição da família no local, onde existe essa informação? Estavam em fila indiana, lado a lado? Isso muda tudo. Não temos essas afirmações. Querem ele preso? Ele já está preso! Só cremos que é preciso aguardar mais para termos maiores detalhes. Condenar por condenar não dá. Solicitamos a restituição do crime e nos disseram que era irrelevante, isso não existe. Contratamos um perito pois vimos que há coisas erradas nesse caso. Acusação disse que André subiu com o carro no ‘passeio’, mas o perito falou que isso é impossível. Mudaria toda a dinâmica da cena se tivesse acontecido”, alegou.

Otávio Timm/O Município

Agressão

Segundo apuração de O Município, minutos depois, André foi agredido por um irmão de Milena após uma fala do advogado de Ismael. O magistrado teria insinuado que a culpada pelo acidente foi a mãe da vitima. O irmão de Milena se irritou, pulou para dentro de espaço não permitido e atingiu André.

André recebeu um ponto na região da cabeça por questão estética. Ele foi liberado por volta das 14h30 e o júri foi retomado sem ele. Segundo a promotora Susana Perín Carnaúba, André está bem.

O irmão de Milena foi para casa após ser registrado um termo circunstanciado. A mãe de Milena, Alvaci de Abreu, passou mal, mas se recusou a deixar o local.

O acidente

Milena morreu após ser atropelada por volta das 18h30 de sábado, dia 17 de julho de 2021. A menina estava com a mãe quando ambas foram atingidas pelo carro, um Fiat Uno.

A mãe sofreu ferimentos leves e não precisou ser encaminhada para atendimento. Já Milena foi atingida em cheio e, com o impacto da batida, foi arremessada a uma distância de aproximadamente 20 metros.

A menina já estava sem sinais de vida quando os bombeiros chegaram para socorrê-la. O motorista deixou o local logo após a colisão, mas foi localizado pela polícia e preso. Segundo PM, André apresentava sinais de embriaguez.

Colaborou Thiago Facchini


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