Prefeitura de Brusque recua e negocia reajuste com o Hospital Azambuja
Prefeito Jonas Paegle iniciou tratativas nesta segunda-feira, 30
A Prefeitura de Brusque iniciou nesta segunda-feira, 30, as negociações com o Hospital Azambuja para a renovação do atual convênio, com reajuste financeiro.
Há, portanto, uma mudança de estratégia: até o fim da semana passada, o governo havia refutado a possibilidade de aumento, alegando dificuldades financeiras.
Com a negativa da prefeitura, o hospital havia anunciado que atenderia apenas pacientes graves no pronto-atendimento, que chegassem de ambulância, a partir de 1º de novembro.
O primeiro passo foi uma reunião entre o prefeito Jonas Paegle, que assumiu a linha de frente nas negociações, e os vereadores. O objetivo foi alinhavar um projeto de suplementação orçamentária, que deve ser apresentado na Câmara já nesta terça-feira, 31.
Paegle também conversou com o administrador do hospital, Fabiano Amorim, para negociar qual será o valor pago à unidade hospitalar. “Vamos acertar a parte financeira”, diz o prefeito.
Segundo Amorim, a terça-feira, 31, será um dia de muitas negociações não apenas com representantes da Prefeitura de Brusque. “Teremos também conversas com os prefeitos de Guabiruba e Botuverá, que também utilizam dos serviços do hospital. Serão reuniões que iniciarão às 9h e seguem até o período da tarde. Veremos muitas coisas pra chegar a um consenso. Por enquanto, não há nada definido”, explica.
Ainda não existe um valor determinado a ser pago ao hospital para a renovação. Paegle diz que existe a possibilidade de que não seja um percentual, mas sim um montante pré-definido para manter os serviços até o fim do ano, pelo menos.
O hospital, pelo contrato, pede quase 15% de reajuste, mas Amorim mostrou disposição de que pode negociar em parcelas este aumento.
“É um momento de tranquilidade, não tem desespero”, afirma Paegle. Ele considera que não é o momento de partir para a agressividade, tampouco de estresse.
A postura marca um recuo da administração municipal em relação à negociação com o Azambuja. Até sexta-feira, 27, a prefeitura informava que estava impossibilitada de conceder qualquer aumento.
Segundo Paegle, o motivo para a postura de reajuste zero era que o orçamento inicial para a Saúde era de 21%, sendo que já passou dos 23%. Mas com a falta de consenso a prefeitura resolveu remanejar recursos.
O projeto de suplementação orçamentária preverá o remanejamento de recursos de outras secretarias para a Saúde, para o pagamento do Azambuja. Segundo o prefeito, a situação financeira do município é delicada, mas será feito um esforço.
Diálogo
O prefeito afirma que encara as negociações com tranquilidade. Ele destaca que trabalhou por anos no Azambuja e que, inclusive, ocupou cargos de chefia, além de ter ajudado na fundação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Paegle, que não havia se manifestado sobre a crise até esta segunda-feira, diz que a “administração do Azambuja é muito boa” e que, de fato, o preço de “tudo subiu”.
Segundo o prefeito e médico, os remédios usados na UTI, por exemplo, são de alto custo e têm sido reajustados, onerando o hospital. “Na hora de salvar uma vida não pode contar o dinheiro. Quanto vale uma vida? Não tem preço”.
Com a mudança de postura da prefeitura, está pavimentado o caminho para que o atendimento via SUS no Azambuja continue normalmente. Entretanto, a negociação transcorrerá nos próximos dias.