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Uso de animais verdadeiros na Casa do Coelho gera críticas nas redes sociais

Prefeitura garante cuidado com os bichos, que terão assistência do Zoobotânico

O uso de coelhos vivos para compor a Casa do Coelho, anunciado no início desta semana pela Secretaria de Turismo de Brusque, repercutiu nas redes sociais. No Facebook e no Instagram, dezenas de pessoas criticaram a proposta. Em comum, os leitores manifestaram preocupação com o bem estar dos animais e com a utilização dos bichos para entretenimento.

O diretor de Turismo de Brusque, Norberto Maestri, o Kito, acompanhou os debates e amenizou a polêmica. Para ele, as críticas são prematuras e não levam em conta o histórico de atividades semelhantes já desenvolvidas no município. Ressalta o uso corriqueiro de animais domésticos em exposições e eventos.

Segundo Kito, os animais não necessitam de cuidados especiais de manuseio. Durante o período de exposição, destaca, eles ficarão em um local cercado e isolado do contato direto com o público. A manutenção e limpeza dos espaços serão constantes. “Já havíamos utilizado coelhos na Fenarreco e não houve problemas. Estamos preparados com uma equipe e vamos fornecer todo o suporte necessário”.

A possibilidade de substituição dos animais que apresentarem alterações de saúde ou comportamento também é cogitada pelo diretor. Ao todo, seis coelhos serão utilizados durante o período de visitação à casa. O modelo adotado, segundo Kito, foi baseado ao presente em outras cidades da região, como Blumenau, onde a programação turística já é tradicional.

Atenção técnica
Os animais utilizados durante o período de Páscoa estão acostumados com a circulação de público, diz o diretor. Todos serão cedidos pelo parque Zoobotânico de Brusque, onde eventos semelhantes são organizados desde o ano passado. No evento de 2017, mais de mil visitantes passaram pelo local e três animais compunham a exposição. Eles eram manuseados por criadores desde o nascimento e foram acompanhados pelos profissionais durante todo o evento.

Além dos animais, o acordo firmado envolve um acompanhamento técnico. Dois veterinários e uma bióloga vão monitorar os coelhos utilizados na atividade da praça Barão de Schneeburg, no Centro. O modelo foi debatido entre representantes do parque e do Turismo.

Na avaliação da bióloga do Zoobotânico, Carla Molleri, o modelo adotado não trará problemas aos coelhos. Ela reforça o uso corriqueiro deles em eventos e exposições. “É um animal doméstico. Sem excessos, não tem problemas. Eles não vão ter um manuseio e vão ficar em um local sem contato e com um cercado alto”. Segundo ela, cuidados habituais de limpeza e alimentação são suficientes para garantir o bem estar dos bichos.

Petição online
Pela internet, integrantes de um grupo de pessoas ligadas à causa animal organizou uma petição contra a exibição. Ela foi publicada no site avaaz.org. Até ontem à tarde, ao menos 44 pessoas haviam assinado o documento virtual. A meta é chegar a 100 assinaturas. Há dois anos, uma organização semelhante levou ao cancelamento de um sorteio e exposição de coelhos no Shopping Gracher.

Integrante do grupo, Rafaela Melara reforça o pedido para que o uso dos animais seja reconsiderado. Vegetariana há quatro anos, ela ressalta a preocupação com a finalidade comercial e o uso dos coelhos para decoração.

“Coelhos são super sensíveis, ficam estressados com facilidade. O que me questiono também é o que farão com esses animais depois da exposição. Deixarão trancados em gaiolas? Para quê? Para divertimento de crianças? Temos que educar nossas crianças, desde já, para que aprendam a ter respeito pelos animais”.