Uso incorreto do pisca-alerta é comum em Brusque
Recurso deve ser utilizado apenas em situações de emergência
A utilização do pisca-alerta deve ser feita apenas em situação de emergências, como problemas mecânicos – que obriga o motorista a parar em determinado ponto da via -, ou em casos de acidentes, que exijam que o condutor ande em alta velocidade – como no transporte de alguma vítima ao hospital, por exemplo. Porém, algumas pessoas utilizam este recurso para cometer infrações de trânsito, principalmente para estacionar em locais onde não é permitido.
“Se você estacionar o veículo em um local onde não é permitido e ligar o pisca-alerta, isso não o isenta de uma multa. Aliás, ele está cometendo duas infrações: uso incorreto da sinalização e estacionar em local proibido. É sim uma prática comum na nossa cidade, mas poucos são autuados por isso, já que ao perceber a autoridade os motoristas desligam o sinal e saem de onde pararam”, conta Adalberto Zen, diretor da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB).
O artigo 251 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que utilizar o pisca-alerta de forma indevida rende um infração média, com multa de R$ 85,13, e o condutor perde quatro pontos na carteira. Célio Marquez, especialista em trânsito e proprietário da Auto Escola Marquezan, explica que esse tipo de atitude é vista com mais frequência entre condutores mais velhos, que mesmo sabendo que essa é uma prática errada, continuam fazendo por hábito.
É o caso de Venâncio Lima de Souza. Com 58 anos, ele dirige desde a juventude e usava o pisca-alerta para estacionar, principalmente em locais onde havia uma garagem. “Se minha mulher fosse ao banco ou até a farmácia, por exemplo, eu usava o sinal para mostrar aos outros motoristas que eu iria parar ali, mas logo sairia”, revela o aposentado. Ele conta que parou de fazer isso há alguns anos, por insistência dos filhos, que informaram a ele que essa era uma prática errada.
O tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, comandante da Polícia Militar de Brusque, confirma que esse é um problema comum no município, mas ainda assim traz poucos danos para o trânsito. “Creio que no sentido das sinalizações, o maior problema da cidade são os motoristas que deixam de dar o sinal para entrar à esquerda ou à direita. Isso é algo que provoca a maioria dos acidentes”, declara.
Luiz Eduardo Carlos, que mora no bairro São Luiz, destaca que a falta de sinalização é pior do que o excesso dela. “Entendo que é uma prática errada, parar em locais proibidos com o pisca-alerta, mas isso me incomoda bem menos do que eu estar dirigindo e – do nada – alguém entrar em uma rua sem dar sinal. Isso sim é um problema que os motoristas precisam prestar mais atenção”.
Mas o uso do pisca-alerta de foram irresponsável pode trazer transtornos para a população, se não for usado da forma correta. Gomes destaca que o sinal pode ser ligado também em estacionamentos rotativos, desde que exista um aviso de que é preciso ligá-lo, como é o caso da rodoviária de Florianópolis, por exemplo, onde o carro pode ficar estacionado para embarque e desembarque, mas o motorista deve deixar o pisca-alerta ligado durante o período que estiver ali.
O CTB determina que o pisca-alerta deve ser ligado apenas quando o veículo estiver imobilizado, mas pela forma como o dispositivo legal foi redigido, é possível admitir este tipo de utilização, desde que se trate de uma situação de emergência. “É possível admitir isso, desde que seja em casos extremos, se acontece um acidente e a vítima não é socorrida pelo Corpo de Bombeiros e o motorista precisa levá-la até o hospital, é possível que o trajeto seja feito com o pisca-alerta ligado. Mas só nesses casos”, explica Zen, da Guarda de Trânsito de Brusque.
Em alguns casos, o pisca-alerta é utilizado por motoristas que param em faixas de pedestres. Desta forma, eles chamam a atenção do carro que vem atrás e do lado. “Não é uma situação em que seja necessário o uso dessa sinalização, mas se ela é ligada no intuito de prevenir algum acidente, creio que em determinados casos, pode ser muito bom para o trânsito da cidade”, garante Gomes.
O uso é permitido quando:
– O carro apresenta um problema mecânico e o motorista não consegue seguir o trajeto
– Quando parar no acostamento de uma rodovia
– Em situações de emergência, como acidentes ou problemas de saúde
– Ao conduzir alguém para o hospital, desde que a pessoa esteja em situação de risco
– Em estacionamentos rotativos que determinam que o motorista deve deixar o pisca-alerta ligado
É proibido quando:
– Parar o carro em locais proibidos, mesmo que seja por poucos minutos
– Para andar em alta velocidade, exceto em casos onde transporta uma pessoa que precisa de atendimento médico
– Está participando de uma carreata, em virtude de uma comemoração