Vacina para recém-nascidos está em falta no município
Carência da BCG é nacional e ocorre devido a problemas na produção do medicamento
Carência da BCG é nacional e ocorre devido a problemas na produção do medicamento
Há alguns dias, os recém-nascidos de Brusque estão saindo dos hospitais sem a vacina BCG – que imuniza contra a tuberculose – em razão do fim do estoque da Vigilância Epidemiológica. A falta, porém, não se restringe ao município. Outras cidades do país também passam pela mesma situação. Para esclarecer os motivos da carência, o Ministério da Saúde divulgou nota no final de fevereiro.
O documento afirma que somente 50% da média mensal foi encaminhada aos estados no mês passado em decorrência de problemas causados na produção do medicamento – a Fundação Ataulpho de Paiva, localizada no Rio de Janeiro, é a responsável pela fabricação. Doses complementares seriam enviadas aos municípios em 26 de fevereiro, no entanto, problemas na sala de esterilidade do laboratório atrasaram a liberação.
Conforme a nota, as entregas iniciariam amanhã. Segundo a coordenadora do Centro de Vigilância em Saúde, Fernanda Lippert, a Vigilância Epidemiológica está registrando o nome e o número de telefone dos pais dos recém-nascidos para que, quando chegarem as doses, a equipe entre em contato e marque a vacinação.
“Estamos registrando os dados dessas crianças e orientando os pais sobre a importância de realizar as demais vacinas conforme o calendário básico. Assim que normalizar o abastecimento das vacinas, a equipe da Vigilância Epidemiológica irá fazer a busca ativa dessas crianças para serem vacinadas” diz.
Em Brusque, a vacina é administrada somente pela equipe de imunização da Vigilância Epidemiológica e pela sala de vacina da Unidade Básica Central. Fernanda explica que diariamente a vigilância entra em contato com os três hospitais do município para verificar o número de bebês nascidos nas últimas horas. Em posse das informações, equipes de imunização se deslocam até os casas de saúde e aplicam a vacina.
“Somente pessoas que receberam curso específico sobre a BCG podem aplicá-la. Não é uma vacina disponível par compra. Por isso que nos municípios, a responsabilidade é da prefeitura. Em relação à falta, em fevereiro já estávamos com 50% da média de doses e estávamos nos organizando para não desperdiçar o medicamento. Juntávamos o maior número de bebês no mesmo dia para aplicarmos”, diz.
Uma ampola do medicamento vacina até dez crianças. Quando aberta, dura apenas seis horas. Quando chegavam no prazo e na quantidade correta, a Vigilância Epidemiológica recebia cerca de 500 doses. O Ministério da Saúde ainda não definiu data para a retomada das entregas normais.
A BCG
Contra a tuberculose, a vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG) – conhecida também “vacina da marquinha” – costuma ser aplicada no primeiro mês de vida do bebê. No local de aplicação, surge um pequeno inchaço que desaparece em alguns dias. Cerca de cinco semanas depois do inchaço, aparece uma inflamação que evolui para ferida e acaba se transformando em cicatriz.