Vacinação: expectativa em Brusque é aumentar cobertura em 2023; confira cronograma
Além de garantir a vacinação de rotina de crianças, preocupação da Secretaria de Saúde é com a baixa imunização de adultos
Além de garantir a vacinação de rotina de crianças, preocupação da Secretaria de Saúde é com a baixa imunização de adultos
A expectativa da Secretaria de Saúde de Brusque é manter ou aumentar a cobertura vacinal de crianças e adultos em 2023. De acordo com a responsável pelo setor de Imunização da Vigilância em Saúde, Natalia Cabral Marchi, a equipe contou com bons números em 2022, mas há números para melhorar.
Conforme ela, no último ano, a cobertura vacinal de crianças menores de 1 ano e de 1 a 4 anos, que são as vacinas de rotina, fechou em 94,82% e em 91,14%, respectivamente. Natalia aponta que o ideal é um percentual próximo de 95% e que o número de 2022 foi maior do que a média de 2021, que foi de 70%.
“Foi uma cobertura bem melhor do que em 2020 e 2021, porque tivemos a pandemia e todas as ações foram direcionadas ao Covid-19. Em 2020, várias unidades de saúde [UBS] foram fechadas e servidores foram remanejados para trabalhar nas linhas de frente, nas barreiras e no Centro de Triagem. Então, 2022 foi um ano de retomada da vacinação, aconteceram várias ações em Brusque em parceria com a Atenção Básica, feitas pelas equipes de saúde das unidades”, conta.
Para incentivar as equipes das UBSs, a profissional relata que foi organizada uma gincana em junho com premiação. Além disso, as unidades estenderam os horários de atendimento; foram realizados os sábados obrigatórios de campanhas nacionais; a Sala de Vacina de Rotina voltou a policlínica e atende até às 20h; e, em outubro, foram verificadas as cadernetas nas creches para a campanha de multivacinação.
“Foram ações de resgate das coberturas, para as pessoas voltarem às unidades e retomarem as vacinações de rotina, principalmente para as crianças. Estava sendo esquecido, não por mal, mas todos focaram nas vacinações da Covid-19 e esqueceram das de rotina”, continua.
De acordo com Natalia, no mês de janeiro deste ano, o percentual alcançado foi de 113,01% em crianças menores de 1 ano e 81,71% nas de 1 a 4 anos.
Contudo, segundo ela, a Vigilância em Saúde ainda não mobilizou ações específicas para a imunização em 2023. A profissional justifica que há uma troca da direção da Atenção Básica e as estratégias de incentivo e alcance dessa cobertura junto da UBS ainda serão discutidas.
Em relação às campanhas, ela explica que o Estado só tem informação das ações previstas para o governo realizar. “Precisamos desenvolver ações nas UBS, como busca ativa e divulgação na mídia. Com as campanhas definidas, temos os sábados D, mas o município também é livre para realizar outras ações”, completa.
Em relação às imunizações de adultos, como tétano, hepatite, febre amarela e triviral, que é contra caxumba, rubéola e sarampo, Natalia aponta que as vacinas são mais procuradas quando há campanha ou algum surto da doença. Entretanto, como rotina, os adultos não procuram as salas de vacinação e não têm o hábito de se vacinar.
“Hoje, quem precisa viajar ao exterior e deve emitir o Certificado Internacional de Vacina contra febre amarela, até procura pelo imunizante, que tem uma dose só. Caso contrário, não há procura. São vacinas que ainda precisam de muito estímulo e divulgação, como a de tétano, que são três doses, com reforço a cada 10 anos, e hepatite, com três doses, são muitos adultos com essas vacinas”, explica.
Ela conta que a orientação da equipe de saúde é tentar instigar a vacinação aos pais ou responsáveis quando os mesmos levam os filhos para se vacinar. Assim, muitos aceitam se imunizar ou conferir como está o próprio esquema vacinal.
Em 2018, começou a ser obrigatória a vacina contra a febre amarela em Santa Catarina. Na época foi registrado um surto da doença, inclusive com óbito em Gaspar. “Isso gerou um certo fervor e tínhamos muitas filas para vacinar na policlínica. Só que foi em janeiro e, depois disso, foi baixando e baixando. Agora, a vacina é obrigatória”, diz.
Natalia detalha que é feita uma dose da vacina contra a febre amarela aos 9 meses e um reforço após cinco anos. Ou, caso a pessoa não tenha histórico de vacina e ela tenha mais de 5 anos de idade, é aplicada apenas uma dose.
“Por isso temos uma grande população em Santa Catarina não vacinada. Porque não era rotina de bebê e o adulto não tem boa adesão de, espontaneamente, buscar uma sala de vacinação. Então, ofertamos vacinas mas a cobertura não está perto do que gostaríamos”, continua.
Natalia explica que a gripe aviária atinge o setor da agricultura, por ser específica do frango. Ou seja, ela abate o rebanho, mas não é transmitida ao ser humano, mesmo com a ingestão da carne.
“Não tivemos relatos de pessoas buscando a vacina contra a Influenza por conta das notícias da gripe aviária. Hoje, temos vacinas nas salas, mas na versão de 2022. A campanha de 2023 está prevista para abril pelo Ministério da Saúde, porém sem confirmação ainda. A partir da divulgação da data, 30 dias antes nós recolhemos o que temos nas salas e iniciamos a campanha”, completa.
Em relação a campanha de vacinação contra a Covid-19, Natalia aponta que a Secretaria de Saúde de Brusque registrou bons resultados em 2021. Entretanto, em 2022, com a vinda da dose de reforço, o número de vacinação caiu.
“As pessoas se importaram muito em tomar as doses 1 e 2, pois a versão protegia contra a variante Delta, que matava mais. Quando veio a Ômicron, mais contagiosa e menos mortal, a adesão foi menor. As pessoas, infelizmente, quando passa o período de preocupação, relaxam com a vacina. Temos uma média de apenas 30% das pessoas que concluíram o esquema de vacinação com os reforços”, informa.
Desde 27 de fevereiro, ocorre a vacinação com a dose bivalente. Até então, segundo Natalia, as vacinas contra a Covid-19 eram monovalentes: contra a variante Delta. Porém, agora, também inclui proteção contra a Ômicron.
“A vacinação está sendo escalonada. O Ministério da Saúde entende como grupo prioritário idosos acima de 60 anos, além de imunossuprimidos, pessoas que vivem, são abrigados e trabalhem em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Depois disso, o governo deve abrir para novos grupos”, diz.
A previsão é que em 20 de março seja aberto a vacinação para gestantes e puérperas; em 17 de abril seja aberto para trabalhadores da saúde; e, após isso, seja aberto para pessoas com deficiência permanente, população privada de liberdade (a partir de 18 anos), adolescentes cumprindo medidas socioeducativas (menores de 18 anos) e funcionários do sistema prisional.
O Ministério da Saúde divulgou, em 31 de janeiro, o cronograma do Programa Nacional de Vacinação 2023. A Etapa 1, programada para a partir de fevereiro, é relacionada a vacinação contra Covid-19 (reforço com a vacina bivalente).
A estimativa populacional a ser atendida é de 52 milhões. O público-alvo são pessoas com maior risco de formas graves de Covid-19; pessoas com mais de 60 anos; gestantes e puérperas; pacientes imunocomprometidos; pessoas com deficiência; pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP); povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; e trabalhadores e trabalhadoras da saúde.
Confira abaixo as outras etapas:
Intensificação da vacinação contra Covid-19.
Público alvo:
– Toda a população com mais de 12 anos.
Intensificação da vacinação de Covid-19 entre crianças e adolescentes.
Público alvo:
– Crianças de 6 meses a 17 anos.
Estratégias e ações:
– Mobilizar a comunidade escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação.
Vacinação de Influenza.
Público-alvo:
– Pessoas com mais de 60 anos;
– Adolescentes em medidas socioeducativas;
– Caminhoneiros e caminhoneiras;
– Crianças de 6 meses a 4 anos;
– Forças Armadas;
– Forças de Segurança e Salvamento;
– Gestantes e puérperas;
– Pessoas com deficiência;
– Pessoas com comorbidades;
– População privada de liberdade;
– Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
– Professoras e professores;
– Profissionais de transporte coletivo;
– Profissionais portuários;
– Profissionais do Sistema de Privação de Liberdade;
– Trabalhadoras e trabalhadores da saúde.
Multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas.
Estratégias e ações:
– Mobilizar a comunidade escolar, com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; reduzir bolsões de não vacinados; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação.
O Brasil, considerado um país pioneiro em campanhas de vacinação, desde 2016, vem apresentando retrocessos nesse campo. Praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta. Por isso, o objetivo é retomar os altos percentuais de proteção.
Diante do cenário de baixas coberturas vacinais, desabastecimento, risco de epidemias de poliomielite e sarampo, além da queda de confiança nas vacinas, o Ministério da Saúde realizou ao longo do mês de janeiro uma série de reuniões envolvendo outros ministérios.
“É importante ressaltar que para todas as estratégias de vacinação propostas, as ações de comunicação e de comprometimento da sociedade serão essenciais para que as campanhas tenham efeito. A população precisa ser esclarecida sobre a importância da vacinação e os riscos de adoecimento e morte das pessoas não vacinadas”, aponta comunicado.
– Assista agora:
História do Santuário de Azambuja, em Brusque, está retratada em seus vitrais