Valdir Appel relembra passagem pelo Volta Redonda antes de jogo contra o Brusque

Brusquense foi primeiro goleiro da história do Esquadrão de Aço, adversário do Marreco neste domingo

Valdir Appel relembra passagem pelo Volta Redonda antes de jogo contra o Brusque

Brusquense foi primeiro goleiro da história do Esquadrão de Aço, adversário do Marreco neste domingo

Quando for dado o apito inicial para a partida entre Volta Redonda e Brusque, às 15h deste domingo, 27, haverá pelo menos uma pessoa com o coração um tanto dividido: Valdir Appel, brusquense, ex-goleiro com passagens por clubes importantes do Brasil e o primeiro atleta da posição na história do Voltaço.

A passagem de Appel pelo aurinegro foi curta, durando apenas a temporada de 1976, mas com um calendário repleto de jogos entre o Campeonato Carioca, o Campeonato Brasileiro e excursões. O carinho pelo clube se manteve e já dura 44 anos. Em julho de 2019, o ex-goleiro lançou “Voltaço: o início de uma paixão”, seu quinto livro, que conta sua história no Volta Redonda e diversos causos do clube em crônicas.

Valdir Appel foi contratado pelo Volta Redonda ainda em janeiro de 1976, dias antes da data considerada a da fundação do clube: 9 de fevereiro. A negociação foi longa, envolvendo uma disputa com o clube com o qual havia encerrado 1975, o América-RN. Quando o Volta Redonda, influenciado pelo técnico Paulinho de Almeida, cobriu a proposta de renovação do time de Natal, o acordo estava, enfim, oficializado.

Fundado nos anos 70 e no estado do Rio de Janeiro, o Volta Redonda começou sendo o segundo time de vascaínos, flamenguistas, tricolores e botafoguenses da cidade. Com a concorrência forte dos quatro grandes, o ex-goleiro conta que foi necessário obter bons resultados logo de cara para começar a conquistar de ver o torcedor.

De vilão a herói

Com o time fora de forma, o início não foi bom, com o brusquense falhando duas vezes na derrota para o Vasco no primeiro amistoso do clube: 3 a 1. Foi o suficiente para os torcedores marcarem Appel na lista dos vilões. A corneta era imensa. “Tinha uns que iam ao treino só pra me vaiar e xingar”, relembra.

A história começa a mudar em seu 30º aniversário, com excelente atuação diante do Flamengo na inauguração do estádio Raulino de Oliveira e placar final de 1 a 1, pelo Carioca. Foi a primeira vez que, de fato, as vaias se tornavam aplausos. A partir de então, o rótulo de frangueiro ou vilão passa a ser substituído pelo de herói e ídolo, com ótimas atuações no Campeonato Carioca, integrando as seleções da rodada.

Em trecho de nota no Jornal do Vale em maio de 1976, lê-se: “tem sido o responsável pelos bons resultados do clube, se tornando um dos principais responsáveis pela sua classificação. Valdir, agora, é um ídolo da galera. Seu nome é recebido com oração quando os alto-falantes do estádio o anunciam. Sua personalidade e seu caráter profissional são dignos de todos os elogios. Avante, Valdir, a vitória é sua.”

Fim do ciclo

A saída se deu de forma inusitada. Paulinho de Almeida sai do Voltaço ainda durante o Campeonato Carioca para treinar o Sport, e convida Valdir Appel, que já possuía uma passagem pelo time de Recife. “Eu acabei recusando, e expliquei que o Volta Redonda queria comprar meu passe no fim do ano. E fiquei.” Na época, anterior à Lei Pelé, o experiente goleiro era dono de seu próprio passe.

“Tava tudo ótimo, tudo perfeito. Mas depois que voltamos da excursão no Nordeste, no fim do ano, sumiu todo mundo. Não aparecia ninguém, dirigente nenhum, largaram o time, e enfim. Acabei ficando desempregado, e a promessa da compra do passe não aconteceu. Acabei indo ao Palmeiras, de Blumenau.”

No Rio de Janeiro para regularizar a transferência, um torcedor aborda o goleiro e afirma que o então presidente do Fluminense, Francisco Horta, queria contratá-lo. “Achei que era brincadeira. Mas fomos ao escritório do Horta. Ele me diz ‘meu amigo, você foi o melhor goleiro do Carioca em dois anos seguidos, e vai para o Palmeiras, de Blumenau?'”. Já acertado com o time blumenauense, Appel acaba cumprindo a promessa e acaba sem jogar num dos rivais do clube no qual ficou mais tempo, o Vasco.

Em cima do muro, quase descendo

Resultado de uma fusão entre Carlos Renaux e Paysandú, o Brusque foi fundado quando Valdir Appel já era ex-jogador, em 1987. A torcida pelo quadricolor existe e é forte, mas no confronto diante do Volta Redonda, a dúvida é inevitável para o ex-goleiro.

“Recebi muitas ligações de lá, do pessoal perguntando pra quem que eu vou torcer, enfim. E eu falei pra eles, eu não acredito que o Brusque fique de fora dos quatro que se classificam para a próxima fase. E o jogo para o Volta Redonda é muito importante. Então, no fim das contas, acho que um empate ficaria legal”, comenta, com bom humor.


Quer receber notícias diretamente no seu celular? Clique aqui e entre no grupo de WhatsApp do jornal

Prefere ficar bem informado pelo Telegram? O jornal tem um canal de notícias lá. Clique aqui para participar

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo