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Vale a pena abrir as portas durante as férias em Brusque?

Padarias e restaurantes da cidade avaliam que baixo movimento não justifica investimentos

O crescimento populacional de Brusque nos últimos anos foi evidente, porém, ainda não suficiente para que a cidade registrasse movimento significativo no fim de ano. E essa é uma das razões para que proprietários de estabelecimentos comerciais, como restaurantes e padarias, optassem em fechar as portas no período de férias.

A Sassipan Panificadora e Confeitaria há mais de 20 anos não abre as portas entre a semana do Natal até os primeiros dias do novo ano. Além de não ter “giro”, como explica o proprietário Marlon Sassi, a família é cristã e acredita que este é um momento de convívio familiar.

“Não valeria a pena abrirmos pois nossos clientes não permanecem em Brusque. Além disso, o Natal é um período de festa das famílias, então damos férias aos nossos funcionários para que visitem seus familiares que moram longe e para que nós também possamos descansar”, diz.

Da mesma maneira, a Panificadora Zen fica com as portas fechadas nesta época. O principal motivo, segundo o proprietário Fernando Zen, é que o período é propício para estar com a família. “Acreditamos que teríamos movimento se abríssemos, no entanto, nos foi passado de geração para geração que não tem dinheiro que pague momentos em família: e este é o momento ideal para que assim como eu, meus funcionários também possam descansar”, ressalta.

O Restaurante Vô João – no Águas Claras e no Clube Esportivo Paysandú, também permanecem fechados entre o período de Natal e Ano Novo. Apenas o restaurante do Shopping Gracher abre, no entanto, nos dias 25 e 31 de dezembro e 1 de janeiro também não há atendimento. A gestora do empreendimento no Paysandú, Johanna Debatin, explica que por ser uma época de menos movimento, aproveita-se para dar férias coletivas aos funcionários.

Por sua vez, o restaurante no Gracher fica aberto, respeitando os horários do shopping. “Se torna viável essa opção para nós, já que um restaurante do Vô João permanecerá aberto no período”.

Quem também fecha as portas no fim do ano é a panificadora Tomasi e o Degustu’s Restaurante/ Tango Café. “A cidade fica vazia. Não tem giro”, diz a atendente da Tomasi.

A proprietária do Pietro’s Restaurante, Nara Vasques, avalia que não vale a pena abrir as portas no fim de ano. Em 2016 o estabelecimento foi aberto e não compensou. “Tem pouco movimento. A cidade fica vazia. Então é melhor fechar”, diz.

Na visão do gerente da Panificadora Sodepan, Pedro Santana, também é inviável abrir o negócio entre Natal e Ano Novo. Eles fecharam no dia 24 e 25 de dezembro, retornaram no dia 26 e novamente fecharam nos dias 31, 1, 2, e 3, porém, o resultado não foi satisfatório. “Não compensa, não se tem o lucro esperado”.

Na contramão, lojas e mercado apostam no período
Enquanto os estabelecimentos gastronômicos optam em não abrir as portas, lojas de Brusque observam que o fluxo da cidade é normal entre o Natal e o Ano Novo. A proprietária da Lemus Calçados, Eni Terezinha Barni Beuting, diz que “sempre há pessoas que não estão em férias” e que Brusque mudou muito nos últimos anos.

“Tenho loja há 40 anos e a visão que tenho é que o comércio precisa estar aberto. Pra nós é um período considerável, inclusive entre o Natal e o Ano Novo é melhor do que a primeira semana de janeiro”.

Eni ressalta que também possuem muitos clientes com crediário, e em consideração a eles não fecham as portas, além dos que precisam realizar trocas neste período. “Nós nunca fechamos nestes anos todos, mesmo em períodos que não teve movimento, em respeito ao nosso cliente”.

Devido ao fluxo de turistas que vem do litoral para Brusque, a JCanedo mantém o estabelecimento aberto, pois analisa que é um período de boas vendas. “Nós sempre abrimos. Mesmo que não seja um movimento estrondoso, sempre vendemos”, diz a vendedora Letícia Dutra.

Pelo segundo ano, o mercado O Barateiro decidiu abrir as portas para atender a população. O proprietário José Francisco Merísio diz que há muito movimento e há a possibilidade de conquistar novos clientes, já que a maioria dos mercados não abrem.

“Não pensamos na lucratividade, mas em deixar nossos clientes bem. O povo fica feliz, pois se nós não abríssemos muitos não teriam onde comprar”.