Vanerão, sertanejo, forró: ouça os jingles dos candidatos a prefeito de Brusque
Campanhas apostam nas músicas para chamar a atenção dos eleitores
Os jingles dos candidatos a prefeito são sempre uma atração à parte durante a campanha. As músicas usadas em carros de som e nos vídeos das redes sociais são produzidas para grudar na cabeça do eleitor e, desta forma, fazer o candidato ser lembrado.
Os seis postulantes à Prefeitura de Brusque apostaram nos jingles. As músicas, dos mais variados estilos, já circulam pelos aplicativos de mensagens e redes sociais para chamar a atenção dos brusquenses.
Alguns são paródias de músicas famosas, outros são autorais, mas o objetivo é o mesmo: conquistar o eleitor.
Leandro Hyarup, presidente do Republicanos, partido que tem Paulinho Sestrem como candidato a prefeito, afirma que com as mudanças na legislação, foi preciso buscar maneiras criativas de fazer a campanha e, por isso, os jingles ganharam destaque.
De acordo com ele, a campanha de Sestrem e Tairine – candidata a vice – deve ter três jingles autorais. Um deles já está pronto e os outros dois – forró e axé – estão em fase final de produção. “O primeiro será usado mais na nossa campanha de rádio. Os outros dois para as mídias sociais”.
Hyarup conta que as músicas da campanha começaram a ser produzidas logo que Paulinho foi definido como pré-candidato. “O Josi Moreno é um compositor experiente e nosso amigo. Conhece bem o Paulinho e acredita no trabalho dele, então unimos o útil ao agradável”, diz.
A campanha do PT/PV, que tem Paulo Eccel e professor Deschamps como candidatos a prefeito e vice, deve usar pelo menos duas músicas principais e autorais. O músico Didi Maçaneiro é um dos responsáveis pela produção dos jingles.
De acordo com ele, a composição das músicas foi feita de forma coletiva, levando em consideração o plano de governo dos candidatos. “Os jingles são muito populares e ao final do processo, uma música não dá conta de todas as necessidades, por isso, trabalhamos com mais”.
Neste ano, a campanha de Eccel tem um jingle de forró lento e outra música mais emocional. “Temos essas duas músicas principais, mas também vamos trabalhar com outros materiais mais curtos, de outros ritmos como sertanejo, funk, para todos os públicos”, diz.
Didi trabalha fazendo música para as campanhas de Eccel desde 2000 e destaca a importância dos jingles para os candidatos. “O Paulo sempre teve a preocupação com a cultura. A música sempre fez parte das campanhas dele e com a campanha mais curta e as mídias sociais, terá um papel fundamental porque acaba comunicando de uma forma mais leve”.
William Molina, coordenador financeiro da campanha de Ari Vequi (MDB) e Pastor Gilmar Doerner (DC), afirma que todo o material será autoral. Por enquanto, a campanha tem apenas um jingle oficial, feito pela agência contratada para produzir a divulgação da campanha.
“Tem outros jingles circulando como se fossem do Ari, mas não são oficiais. Já até enviamos explicação para o cartório eleitoral informando que todo nosso material é autoral”, diz.
De acordo com ele, a música é um instrumento de aproximação das pessoas, por isso, terá grande importância na campanha. “A aproximação com a música é positiva. O material está sendo produzido para agradar o eleitor, mas tomando todo o cuidado. É material inédito, mas de bom gosto, para criar essa aproximação e relação com o eleitor”.
Marcos Paulo, colaborador voluntário da campanha do PL, que tem como candidatos Coronel Gomes e Dr. Lima, afirma que a campanha terá apenas um jingle, para que se torne mais fácil de a população gravar a mensagem.
De acordo com ele, o jingle levou cerca de duas semanas para ficar pronto. “É um xote, um ritmo que entra muito fácil na cabeça de todas as pessoas”, diz.
O jingle é autoral e o ritmo foi escolhido porque agrada pessoas de todas as regiões do Brasil. “A população brusquense está cada vez mais cosmopolita, por isso buscamos uma melodia e um ritmo musical que agradasse todos os gostos. É claro, pensamos também na letra, composta para ser uma espécie de “chiclete” que gruda na cabeça dos ouvintes”.
Para a campanha, o jingle é de extrema importância para a divulgação do nome dos candidatos. “Não acreditamos que ele seja o fator decisivo para fazer com que uma pessoa escolha uma chapa, mas na questão de branding e identificação com a marca, a melodia é bastante poderosa no sentido de identificar a chapa Coronel Gomes e Dr. Lima. É claro que para ter esse efeito o jingle necessita ser bem produzido”.
Jingles em paródia
Enquanto alguns candidatos optam pelos jingles autorais, outros apostam nas paródias de músicas já conhecidas.
É o caso de Ciro Roza e Danilo Rezini, candidatos a prefeito e vice pelo Podemos e Cidadania. Um dos jingles da campanha é uma paródia da música ‘Do Fundo da Grota’, do cantor gaúcho Baitaca.
O músico brusquense Tabony é o responsável pelos jingles de Ciro Roza já há alguns anos. “Normalmente fazemos paródia de músicas muito conhecidas que já traz essa identificação com as pessoas”, diz.
De acordo com ele, escrever a letra fica mais fácil quando já conhece o candidato, como é o caso dele e de Ciro. “Normalmente, escrevo sobre alguém que eu conheço. Se não conheço bem, mandam um briefing e faço em cima disso”.
O sucesso dos jingles é tão grande que trechos de músicas das campanhas anteriores também são utilizadas nos vídeos divulgados nas redes sociais dos candidatos.
Outra campanha que aposta nas paródias é a do professor Guilherme e Chico do Vinagre, do Patriota. Marcos Deichmann, presidente do partido e músico, é o responsável pelos jingles.
O primeiro é uma paródia da música ‘Ajeita o Trem Aí’, dupla Rionegro e Solimões. A ideia é que durante a campanha, novos jingles sejam produzidos. “Nesse primeiro eu tentei abranger um pouco dessa conscientização da importância do voto e da mudança e também os nomes dos candidatos”.
De acordo com ele, a música foi escolhida por ser bastante animada. As próximas, entretanto, devem ter outros estilos. “Já estou pensando em umas mais para a juventude, como rock, para atingir várias faixas etárias”.
A música já foi divulgada nas redes sociais e, segundo ele, teve retorno bom dos eleitores. “A música tem que ser chiclete, ficar na cabeça. Foi nesse intuito que desenvolvi ela, uma música pra pegar, decorar fácil”.
Ouça os jingles
Professor Guilherme e Chico do Vinagre
Ari Vequi e Pastor Gilmar
Paulo Eccel e Professor Deschamps
Paulinho Sestrem e Tairine Raimundi
Ciro Roza e Danilo Rezini
Coronel Gomes e Dr. Lima