Vários bairros de Brusque estão há cinco dias sem água
Samae diz que está executando manobras na rede durante 24 horas para amenizar os problemas
Vários bairros e localidades de Brusque estão novamente sofrendo com a falta de água.
Na quinta-feira, 10, O Município recebeu reclamações de moradores do Dom Joaquim, Ponta Russa, Cedro Grande, Cedro Alto e Tomaz Coelho, que estão sem abastecimento há pelo menos cinco dias.
O problema não é de hoje. No fim do ano passado, essas regiões também ficaram vários dias sem água, devido à falta de chuva e ao baixo nível dos reservatórios do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).
Moradora do bairro Dom Joaquim há 10 anos, Viviane Luchini de Melo, 38 anos, está sem água há dois dias. Ela conta que, na manhã de quinta-feira o abastecimento voltou, no entanto, não foi suficiente para encher a caixa d’água. “Ligo para o Samae e eles dizem que é por causa da seca. Tem muita gente reclamando. Não sabemos mais o que fazer”, diz.
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Ela mora com mais duas pessoas e quando está sem água precisa recorrer ao auxílio da mãe, que também mora no bairro Dom Joaquim, mas raramente fica sem água. “É até estranho porque minha mãe mora no mesmo bairro e nunca fica sem água. Quando estamos sem água temos que ir lá. Fiquei vários dias com a roupa acumulando pois não podia lavar”.
Quem também tem enfrentado problemas com a falta d’água é Roberta Pereira, moradora da Travessa Dom Joaquim. Ela conta que está sem água desde terça-feira e que a cada vez que ela e seus vizinhos ligam para o Samae recebem uma explicação diferente dos motivos para o desabastecimento.
“Ficamos praticamente as férias inteiras sem água. Vem água um, dois dias, falta quatro. Moramos em quatro pessoas e não tenho mais de onde tirar água. Moro em um loteamento novo, somos em oito casas, todos já ligaram no Samae e cada um recebeu uma explicação, já estamos perdendo a paciência”, diz.
Enquanto a água não volta, ela se vira com a água que sai do ar-condicionado. “Ele fica ligado durante a noite. Consegui juntar dois baldes e com essa água lavei a louça e dei banho no meu bebê. Também compramos galões de 20 litros para auxiliar”, conta.
Assim como no Dom Joaquim, na Ponta Russa a situação também está complicada. Angino Alves da Silva mora há seis anos na rua José Benjamin Georges. A via tem uma peculiaridade: só é abastecida das 22h30 às 5h. Entretanto, desde domingo, o local parou de receber água.
“Moramos em quatro pessoas e vamos tomar banho na casa da minha sobrinha. Também compramos água porque na torneira não vem nada. Já ligamos para lá muitas vezes, mas até agora nada”, diz.
O que diz o Samae
Em nota, o Samae diz que a estiagem prolongada se agravou com a chegada do verão, o que tem causado transtornos para moradores de regiões periféricas, sobretudo nas partes mais altas, como Dom Joaquim, Ribeirão do Mafra, Volta Grande, Tomás Coelho, Cedrinho, Cedro Alto, Cristalina entre outras.
A autarquia explica que essas localidades são abastecidas por mananciais isolados. Em decorrência da falta de chuvas constantes, as represas destes sistemas se encontram praticamente secas, o que acaba por sobrecarregar a Estação de Tratamento de Água Central (ETA Central), que passa a abastecer os bairros desguarnecidos.
O Samae diz que, para amenizar os transtornos causados pela falta de chuva, está executando manobras na rede durante 24 horas. Além disso, desde o início da seca, disponibiliza caminhões pipa terceirizados para abastecer os reservatórios das localidades mais afastadas.
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A autarquia diz ainda que com o calor excessivo, outras medidas emergenciais vem sendo estudadas. Conforme o diretor-presidente do Samae, Roberto Bolognini, o foco principal das atenções está sendo direcionado para o bairro Dom Joaquim, onde existe a intenção de se perfurar um poço profundo em terras já pertencentes a autarquia.
“As chuvas que estão acontecendo são rápidas e não suficientes para recuperar os mananciais. Ressalto que ainda vivenciamos uma seca prolongada. A perfuração deverá ocorrer em breve, após lançamento de licitação. No mesmo local, estamos com estudo pronto para reforçar uma linha de energia de alta tensão para permitir o bombeamento do poço para o reservatório do sistema. Ao mesmo tempo, a rede adutora será instalada”, salienta Bolognini.
Se a produção do poço for viável para as necessidades da população local, a ideia é perfurar outros próximos do local ainda a ser definido. “Nossa expectativa é que a soma das produções destes poços possam resultar num melhor atendimento da região, até que o primeiro módulo de Cristalina entre em operação”, finaliza.