“Venci o vilão”: após quase 4 anos do diagnóstico, Helena finaliza tratamento contra o câncer

Segundo a família, a brusquense de 7 anos de idade foi a primeira brasileira a completar tratamento específico nos Estados Unidos

“Venci o vilão”: após quase 4 anos do diagnóstico, Helena finaliza tratamento contra o câncer

Segundo a família, a brusquense de 7 anos de idade foi a primeira brasileira a completar tratamento específico nos Estados Unidos

Após quase quatro anos de luta contra o câncer, a brusquense Helena Bottós Lema, de 7 anos, finalizou o tratamento neste sábado, 4. Trata-se de um procedimento dos Estados Unidos para diminuir a chance da volta do câncer.

Segundo a mãe, Juliana Bottós, Helena foi a primeira brasileira a completar este tratamento norte-americano. Foram 4.380 comprimidos para evitar a recidiva do neuroblastoma metastático, um câncer gravíssimo.

“Não é a cura que nos traz felicidade. É a felicidade, de corpo e alma, que nos leva à cura, e nos ensina a começar e recomeçar, independente das adversidades da vida. Com resiliência, amor, simplicidade, serenidade e gratidão”, comenta Juliana.

Helena ficou conhecida em 2021, após a família se mudar para a Espanha em busca de um tratamento. Ela tinha apenas 4 anos de idade, quando foi diagnosticada com neuroblastoma IV.

Na época, a família descobriu que, das poucas crianças com neuroblastoma IV metastático de alto risco que alcançam a remissão completa, 60% delas apresentam recaída da doença após alguns anos.

Arquivo pessoal

Então, eles viajaram aos Estados Unidos para realizar o tratamento. O procedimento visa a redução para 15% da possibilidade de retorno do câncer ao longo dos anos.

“Foram 1 ano e 8 meses de tratamento intensivo na Espanha com a imunoterapia específica para esse câncer, quando tivemos de nos mudar de país para salvar a vida da nossa filha, pois esse tratamento ainda não era aprovado aqui no Brasil. E mais 2 anos desse novo tratamento nos EUA”, detalha.

Desde 2021, Helena passou por uma grande cirurgia; cinco meses de quimioterapia; quatro meses de quimioimunoterapia; um transplante de células tronco; 12 sessões de radioterapia; e seis meses de imunoterapia, além dos comprimidos para evitar a recidiva.

“Percebemos que o melhor tratamento é aquele que não conseguimos expressar por números. São incalculáveis mensagens de carinho; incontáveis transfusões de sangue – o sangue de Jesus, como ela mesma dizia, doado por pessoas anônimas tão generosas que salvam vidas; o sorriso de crianças que, assim como a Helena, lutavam contra o câncer e tiveram, na sua história contada em um livro, uma dose extra de esperança; e inúmeras pessoas que se uniram em correntes de orações, fé, energias positivas”, relata.

Portas abertas

Arquivo pessoal

Conforme Juliana, a Helena abriu portas para que outras crianças brasileiras também conseguissem esse tratamento.

“Hoje, temos 12 famílias brasileiras nesse estudo científico, dentre mais de 600 em todo o mundo. Conseguir ajudar outras crianças e de alguma forma, fazer diferença na vida delas é, para nós, uma forma de retribuir a Deus por tantas bênçãos que recebemos pela nossa Helena”, diz.

“Muitas vezes, não conseguimos entender o motivo pelo qual passamos por alguns desafios nas nossas vidas. Descobrimos de uma forma dura, que doenças raras só são raras para quem não as tem. Nossa família transformou esse acontecimento em uma missão”, pontua.

Juliana salienta que, desde então, seus irmãos gêmeos Gabriel e Rafael criaram a empresa Vesper Ventures. O empreendimento desenvolve e investe exclusivamente em startups de biotecnologia avançada em busca de soluções para a saúde, como o câncer e doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

“Outro grande presente que recebemos na vida foi um livro escrito pela professora da Helena, a Izabel Krieger Moritz: um lindo conto infantil baseado na vida da Helena. Esse livro foi traduzido para o espanhol. O valor arrecadado com a venda desse livro foi doado para hospitais infantis tanto aqui no Brasil como na Espanha. Hoje, ele é usado por vários hospitais no mundo, pelos psicólogos, como uma ferramenta para trabalhar com as crianças com câncer”, finaliza.

Arquivo pessoal

– Assista agora:
História do Santuário de Azambuja, em Brusque, está retratada em seus vitrais

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