Venda de imóvel da Schlösser à GBA Têxtil é suspensa após contestação da Havan
Novas propostas serão analisadas, dizem administradores do imóvel
Novas propostas serão analisadas, dizem administradores do imóvel
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 28, os administradores do imóvel da Cia Industrial Schlösser, Aníbal Boettger e Valdirio Vanolli, anunciaram a suspensão da venda do imóvel de propriedade dos 600 ex-trabalhadores da fábrica.
O imóvel foi vendido no dia 17 de janeiro para a GBA Têxtil, de Guabiruba, por R$ 7,3 milhões.
O negócio foi contestado pelo proprietário da rede de lojas Havan, Luciano Hang, que também havia apresentado uma proposta pelo imóvel, no valor de R$ 7 milhões. No início da semana, Hang afirmou que caiu em uma “emboscada” e anunciou que entraria com uma ação judicial para cancelar a venda.
De acordo com Boettger, para evitar a judicialização e mais uma longa espera dos ex-funcionários para o recebimento dos créditos trabalhistas, foi sugerida à GBA Têxtil a suspensão da venda. “A GBA prontamente atendeu nosso pedido, sensibilizada com as famílias que estão esperando a venda”.
Com isso, será marcada uma nova data para a venda do imóvel, com a análise de novas propostas. “Vamos definir uma data e efetuar a venda dando a oportunidade para quem quer que seja de participar e comprar o imóvel”, destaca Boettger.
Ainda de acordo com ele, a decisão de suspender a negociação não se deu por ilegalidade do processo, mas para evitar que o caso seja judicializado e que os proprietários do imóvel esperem mais 10 anos para receber. “Não há por que judicializar algo que foi feito de forma transparente. Fazendo isso, ele (Luciano Hang) prejudica as 600 famílias que estão esperando desde 2010 para receber. No mínimo, levaria mais 8 a 10 anos para se decidir essa questão na esfera judicial”.
Durante a coletiva, Boettger destaca que ele e Vanolli, que são os administradores do imóvel – fora do âmbito dos sindicatos que presidem: Sintrafite e Sindmestre – se reuniram com representantes da GBA explicando a situação e solicitando a suspensão do negócio. “Eles compreenderam todo o transtorno que traria para as famílias e aceitaram suspender para evitar o prejuízo dos trabalhadores”.
Presente na coletiva desta tarde, o advogado da GBA Têxtil, Fabrício Gevaerd, afirma que a empresa não é acostumada aos holofotes e nesta semana, após as declarações de Luciano Hang, viu seu nome envolto em uma polêmica. O advogado também reiterou que as negociações que culminaram com a venda do imóvel foram dentro da legalidade e que a empresa se mantém interessada.
“Os proprietários da GBA são pessoas simples, humildes, não são dados a ostentação, mas viram no negócio uma oportunidade. São investidores. A GBA vem a público em defesa da honra porque foi prejudicada. A empresa permanece no jogo, apenas concordou com a suspensão do negócio pelos trabalhadores, e estará presente nos próximos atos promovidos para a venda”.