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Venda de repelentes contra o Aedes aegypti dispara em Brusque

É importante lembrar que nem todo produto pode ser usado por crianças e grávidas

Farmácias e supermercados de Brusque registram, neste início de ano, um aumento significativo na procura por repelentes. Entre os principais motivos para esta crescente estão a epidemia de dengue no país e o número de casos de microcefalia associada a ocorrência do zika vírus.

“A procura tem crescido muito, podemos dizer que a venda de repelente aumentou mais de 100%”, diz Diego Klabunde, da Farmácia Lindoia.
Na Farmácia Dorita, a procura pelo produto também está grande. “Desde que começou essas notícias do zika vírus, muitas gestantes passaram a comprar o repelente”, afirma Helga Kock, caixa do estabelecimento.

O gerente do supermercado Archer, Udo Wandrey, afirma que em muitos dias, algumas marcas chegam a sumir das prateleiras devido à grande procura. “Trabalhamos com dez marcas de repelente, nem sempre temos todas porque a procura é grande. No verão é costume aumentar a venda do produto, mas nada comparado com o que vemos hoje”.

No entanto, nem todo repelente pode ser usado por crianças e grávidas. Além disso, os vários tipos do produto possuem tempo de ação diferentes, o que pode comprometer a eficácia da proteção se esse detalhe não for observado ou ocasionar outros problemas de saúde.

O ideal é que as gestantes procurem orientação médica antes de fazerem uso desse tipo de produto. Também as mães com filhos pequenos não devem fazer uso de repelentes em crianças pequenas sem prescrição médica.

Hoje, o repelente mais procurado pelos brusquenses é o Exposis, que tem um tempo de duração maior. Ele custa a partir de R$ 50 e pode ser encontrado na Farmácia Droga Raia.

Tipos de repelente

R3535: o uso tópico de repelentes a base de Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP) é tido como seguro para gestantes, sendo indicado, inclusive, para crianças de seis meses a dois anos, mediante orientação de um pediatra. A duração da ação dos repelentes que usam esse princípio ativo, como a loção antimosquito Johnson’s, entretanto, é curta e precisa ser reaplicado a cada duas horas.

DEET: apesar do uso tópico de repelentes a base de dietiltoluamida ser considerado seguro em gestantes, o produto não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos. Já para crianças entre 2 e 12 anos, a concentração do princípio ativo deve ser de no máximo 10% e a aplicação deve ser feita, no máximo, três vezes por dia. O tempo de ação dos repelentes a base de DEET recomendado para adultos (concentração de 15% do ativo), como os produtos OFF, Autan, Repelex, é de cerca de 6h. Já a versão infantil dura apenas duas horas.

Icaridina: por oferecer o período de ação mais prolongado, os repelentes a base de dietiltoluamida, como o produto Exposis, estão sendo os mais procurados por adultos e gestantes. Com duração de proteção de até 10 horas, também pode ser usado por crianças a partir de 2 anos.

 

Empresa brusquense aposta no “kit dengue”

A empresa Tutti Agro lançou no início deste mês um “kit dengue”. O conjunto é composto por quatro produtos: borrifador de 500 ml, luva, respirador e o Inseticom 25g e tem como objetivo matar o Aedes aegypti.

“É preciso deixar bem claro que o kit não serve para prevenção, é um produto corretivo, para quando o mosquito já está instalado. É preciso ter o mosquito para ter efeito”, diz a gerente de marketing da empresa, Jaqueline Gandin.

Para matar o mosquito, é preciso observar a medida correta do produto, o Inseticom, que rende até dez aplicações. “Ele não mata apenas o transmissor da dengue, mas é importante ficar atento porque cada praga tem a dosagem correta. Para o Aedes aegypti é preciso dissolver 5g do produto em cada litro de água. Se for usar o borrifador do kit, tem que colocar 2,5g”.

Jaqueline afirma que a empresa já comercializava o produto na loja e viu no kit uma forma de ajudar a população a acabar com essa praga. “A dengue é uma preocupação de todos. Claro que a melhor forma é evitar deixar água parada, mas com o Inseticom podemos auxiliar”.