Venda de veículos deve cair em 2015
Número de carros comercializados no ano passado já registrou queda de 6,7% na comparação com 2013
As vendas de veículos devem cair 0,43% neste ano, de acordo com projeções feitas ontem pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Neste ano devem ser comercializadas 4.906.418 unidades. No caso dos automóveis e veículos comerciais leves, deve haver decréscimo de 6,91%, com previsão de 3.312.116 unidades vendidas.
De acordo com balanço divulgado pela Fenabrave, o número total de automóveis vendidos no país em 2014 caiu 6,76% ante 2013, com 5.161.116 unidades comercializadas contra 5.535.398 no período anterior.
Em dezembro de 2014, as vendas cresceram 21,29%, com a comercialização de 516.437 unidades ante 425.798 em novembro. Na comparação com dezembro do ano anterior, quando o comércio desses veículos chegou a 515.890 unidades, houve alta de 0,11%.
Quando analisadas somente as categorias de automóveis e comerciais leves, o setor registrou aumento de 26,35% no total das vendas em dezembro, ante novembro de 2014. Na comparação com dezembro do ano anterior, houve crescimento de 5,25% e, em todo o ano de 2014, queda de 6,91%.
Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, os resultados de 2014 se devem ao fato de que o ano foi atípico. “Foi ano de Copa do Mundo e eleições. Também tivemos dificuldades econômicas, com o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) estagnado. Automóvel precisa de PIB para alavancar. A isenção de tributos nos ajudou durante um determinado momento”, disse ele.
Assumpção ressaltou que as preocupações para este ano são os juros altos e a volta da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Um ponto positivo para o setor em 2015 é já ter conhecimento de mercado e regras que vigorarão. Em 2014, perdemos quase 60 dias em virtude da espera de anúncios do governo. Este ano, o cenário não é o pior.”
Sobre possíveis demissões no setor e o alcance desses ajustes nas concessionárias, ele disse não acreditar que haja picos de demissão nas distribuidoras. “Somos mais de 8 mil pontos de venda no Brasil. Naturalmente, temos que adequar nossas atividades. Se a concessionária tem um patamar de resultado que não pode dar sustentação às suas atividades, a concessionária terá que fazer adaptações”. Segundo ele, não há nenhuma negociação quanto a isso, e as demissões dependerão de cada grupo ou loja.
Agência Brasil