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Verão de Brusque gera reclamações de trabalhadores

Entre os meses de janeiro e março, sindicatos de Brusque registram grande número de queixas

Para muitos trabalhadores da indústria, ambientes climatizados são artigos de luxo. Em Brusque, onde as temperaturas chegam a ultrapassar os 30°C graus no verão, quem não tem acesso a aparelhos de ar-condicionado sofre durante o expediente. Segundo sindicatos laborais, as reclamações quanto ao calor são comuns sobretudo nos meses de janeiro, fevereiro e março.

Nesse período do ano passado, por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Brusque (Sintimmmeb) recebeu cerca de 30 reclamações dos trabalhadores.

“Tivemos casos de trabalhadores que chegaram a passar mal por causa do calor. Isso sempre é um problema. Há algumas empresas que têm caldeira e na linha de produção, com todas as máquinas trabalhando, gera muito calor”, explica o presidente da entidade, José Isaías Vechi.

Segundo o presidente, os colaboradores que atuam no segundo turno são os que mais sofrem porque quando chegam ao local de trabalho as máquinas já estão ligadas, e em consequência aquecidas, há muito tempo.

“Geralmente são equipamentos que usam sistema hidráulico com óleo, e o óleo aquece muito, o que deixa o ambiente de trabalho muito quente”, afirma. “O correto seria que todas as fábricas tivessem sistema de climatização. A maioria das empresas investe nisso, mas não o suficiente”, completa o presidente.

Vechi também diz que o sindicato não faz inspeção nas empresas antes do verão. De acordo com ele, a entidade “não tem como agir preventivamente”. Porém, quando recebe as reclamações, costuma orientar os empresários.

“Quando chegam até nós essas reclamações, nós vamos até as empresas e conversamos. Mas nem sempre conseguimos melhorar o ambiente. Quando não dá, nós fazemos denúncia no Ministério do Trabalho, até porque existem normas de conforto térmico”, explica.

Para proporcionar melhor confronto aos profissionais, algumas empresas oferecem, segundo o presidente, sucos gelados e intervalos extras.
Assim como Vechi, o presidente do Fórum Sindical de Trabalhadores de Brusque e Região, João Decker, também afirma que as reclamações são comuns, em especial, nos setores da fiação e da tecelagem.

“Todos os locais de trabalho poderiam ter climatização. Cabe à empresa colocar. Hoje muitas empresas têm”, diz. ‘No passado aconteciam muitos casos de pessoas passarem mal, mas hoje isso não acontece com muita frequência”, completa.

Um dos conselhos de Decker aos empresários é de que molhem o telhado das empresas para refrescar o ambiente interno.