Verba bloqueada da Copa do Brasil impede Brusque de fechar 2020 em superávit
Diretor jurídico do clube comentou contratempo que paralisou cerca de R$ 360 mil
Durante a entrevista coletiva da diretoria do Brusque realizada nesta quinta-feira, 26, o diretor jurídico do clube, Luis Fernando Novaes, explicou que o clube teve R$ 354.331,63 bloqueados na Justiça do Trabalho. O déficit no exercício de 2020 será de R$ 308 mil, mas, conforme o diretor financeiro, Rogério Lana, havia previsto no início do ano, havia um superávit de cerca de R$ 60 mil, impedido, principalmente, por conta do bloqueio.
Os R$ 354,3 mil bloqueados são cerca de 20% da passagem do Brusque da terceira para a quarta fase da Copa do Brasil. Na ocasião, o quadricolor eliminou o Brasil de Pelotas, enfrentando o Ceará na sequência. A premiação ao clube foi de R$ 2 milhões brutos.
Novaes entende que o Judiciário não deveria ter feito o bloqueio. Isto porque já havia um parcelamento estabelecido no ato trabalhista em questão sendo pago em dia. Um novo juiz responsável pelos processos optou por barrar o dinheiro, e o departamento jurídico do Brusque luta pela liberação.
“Estamos conversando com estes credores, para aproveitar este bloqueio para podermos negociar um desconto na dívida e quitá-la. Hoje o Brusque tem sim a possibilidade, um caminho claro para chegar em endividamento zero.” A previsão é de que, caso não haja mais contratempos, as dívidas do clube possam ser zeradas em até dois anos.
“Quando chegamos para fazer a reestruturação, o clube estava na segunda divisão do Catarinense. Tinha dívida fiscal, tributária, uma série de problemas trabalhistas. Um ano no qual todos os atletas daquele ano — todos — e todos os profissionais que trabalhavam no clube demandaram contra o clube simultaneamente”, lembra o diretor jurídico.
A dívida fiscal foi quitada com medidas de responsabilidade fiscal, como o Profut, e as dívidas trabalhistas foram controladas por meio de dois atos trabalhistas: um em Santa Catarina e o outro no Rio Grande do Sul. Por definição, o Brusque faz pagamentos mensais aos tribunais, que redistribui a verba aos credores.
O diretor financeiro do clube, Rogério Lana, frisou que o Brusque tem orçamento de despesas de R$ 435 mil, com arrecadações mensais de R$ 295 mil. O “segredo” para zerar as contas durante o ano foi a Copa do Brasil, competição na qual o Brusque chegou na quarta fase.
“Temos que correr atrás de R$ 140 mil todo mês para poder cobrir as despesas. Mas graças ao trabalho da diretoria, da torcida e do time, nós temos a realização de passagens na Copa do Brasil, sem que a gente precise’ passar o chapéu’ pelos empresários, e assim por diante. Eu sou presidente do Bandeirante. Se as despesas estão maiores do que as receitas, é fácil. Faço uma chamada de capital, cada sócio paga uma parte e no fim do mês, fecharam as contas. No Brusque, não dá para fazer.”
Lana prevê dificuldades financeiras para os próximos dois meses, porque não serão adiantados valores pela classificação à Copa do Brasil. Até então, o Brusque trabalhava com este tipo de adiantamento. É previsto, em 2021, o recebimento de algumas parcelas adiadas por conta de suspensões temporárias de patrocinadores nos primeiros meses de pandemia.