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Verba da CBF recebida pelo Brusque garante salários de março integralmente

Clube prega cautela para lidar com prorrogações nos pagamentos de patrocinadores

O Brusque poderá pagar sua folha salarial integralmente ao receber R$ 200 mil da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em ação da entidade que fornece, ao todo, R$ 19,12 milhões aos clubes das Séries C e D do Campeonato Brasileiro de futebol masculino e aos clubes das Séries A1 e A2 do futebol feminino.

Com valores de patrocínios prorrogados devido à pandemia do coronavírus (Covid-19), o auxílio da CBF reequilibra as contas. O diretor financeiro do clube, Rogério Lana, espera que o valor caia na conta até sexta-feira, 10.

Com o auxílio da CBF, o Brusque pode honrar seus compromissos com folha sem problemas. Alguns patrocinadores decidiram suspender os pagamentos mensais, prorrogando-os para quando o clube puder voltar a campo. Lana não identifica quais apoiadores tomaram a medida. Os pagamentos referentes a março são efetuados no meio de abril.

O valor é quase o que o clube recebe por mês de seu patrocinador master, a Havan: R$ 220 mil. A folha salarial, que envolve elenco, comissão técnica e todos os demais  funcionários, gira em torno de R$ 280 mil, 65,27% das despesas médias mensais.

“Estes R$ 200 mil cobrem as defasagens que teríamos em março, nos ajuda muito. Alguns patrocinadores optaram pela prorrogação, e a gente entende, claro, são parcerias longas. E sem faturamento, todos os lados são prejudicados, normal”, comenta Lana.

A ajuda da CBF não garante nada a longo prazo. Enquanto as competições estiverem suspensas, o mais provável é que patrocinadores sigam adiando seus pagamentos. Se a situação permanecer como está quando os jogadores voltarem de férias, em 20 de abril, será cogitada a renegociação dos salários para o resto do período de suspensão dos campeonatos.

Diversos clubes já tomaram estas medidas, reduzindo salários do elenco em até 25%. O Brusque, por outro lado, evita tomar esta providência, e as remunerações de março serão pagas integralmente.

Rogério Lana não dá a possibilidade como certa, e afirma que a diretoria tem sido bastante cautelosa. “Estamos sempre em contato com todos, e a diretoria está muito precavida para não cometer exageros. Os atletas sabem que estamos fazendo de tudo para atendê-los.”

A única dificuldade no orçamento do Brusque causada pela crise foi, a princípio, a prorrogação dos patrocínios. Lana reitera que a verba conquistada com a classificação para a terceira fase da Copa do Brasil deixou o quadricolor em situação mais tranquila, e está otimista na expectativa do retorno da competição e com a hipótese da classificação do Brusque sobre o Brasil de Pelotas.

O triunfo renderia R$ 2 milhões brutos, que se tornariam aproximadamente R$ 1,2 milhão após abatimento dos 10% retidos na fonte e da eventual premiação a atletas e comissão técnica.