Vereador da capital é preso após resistir abordagem policial e contesta versão da PM; confira
Caso foi registrado na noite de segunda-feira, 12
Na noite desta segunda-feira, 12, o vereador de Florianópolis e candidato a deputado federal, Maikon Costa (PL), foi preso por desobedecer e resistir ordem policial. Além disso, de acordo com nota da Polícia Militar, o parlamentar teria agredido um dos policiais.
A PM foi acionada para auxiliar na retirada de dois homens que estavam dentro do pátio de um comitê de campanha, localizado no bairro Capoeiras, na região continental da capital. Ao chegarem, encontraram o parlamentar no local.
A guarnição relatou que, ao ser abordado, o vereador se negou a conversar com os policiais, pois estava em uma ligação. Quando a PM solicitou novamente diálogo, Maikon teria buscado “intimidar os policiais, realizando ligações telefônicas”.
Por desobedecer a ordem de sair do local e resistir à abordagem, os policiais deram voz de prisão ao vereador. De acordo com testemunha da PM, nesse momento o vereador “partiu pra cima dos policiais e não obedeceu as ordens”, consta na nota. Diante disso, a guarnição precisou usar força e algemar o candidato, que ficou ferido.
Versão do vereador
Conforme nota divulgada pelo vereador e candidato ao cargo de deputado federal, ele não teria se negado a conversar com os policiais e justificou que não saiu do local por segurança. Maikon teria ido ao local para uma reunião, mas ao chegar descobriu que o encontro tinha sido adiado.
Ele nega ter agredido os policiais e pede para que sejam divulgadas na íntegra as imagens das câmeras corporais dos policiais. O vereador reforçou que a nota da PM traz inverdades. “Imagens valem mais que mil palavras, e uma nota deturpada com visão meramente unilateral não condiz com os fatos”.
Confira as notas na íntegra:
PM-SC
“1. Na noite desta segunda-feira, 12, policiais do 22⁰ Batalhão de Polícia Militar foram acionados para atender uma ocorrência em Capoeiras, região continental de Florianópolis. No local o solicitante relatou que dois homens estavam dentro do pátio de um comitê de campanha e que mesmo tendo solicitado para que se retirassem pois o comitê já estava fechado, os mesmos permaneciam no local.
2. Chegando no local dos fatos a guarnição policial solicitou a identificação para os dois homens e um deles se identificou como vereador da cidade de Florianópolis, mas negou-se a conversar com os policiais alegando estar em uma ligação. Solicitado o diálogo e a retirada do local o mesmo ignorou a presença dos Policiais Militares.
3. Diante da negativa e desconsideração à ordem policial, a guarnição solicitou a presença do responsável pelo policiamento, que reiterou ao vereador que o mesmo deveria se retirar do local. Neste momento o vereador buscou intimidar os policiais, realizando ligações telefônicas, onde, segundo informações, foi orientado para que se retirasse do local.
4. No boletim de ocorrência, ouvidas as testemunhas, todas foram unânimes quanto ao fato do vereador ter “partido para cima dos policiais”. Uma das testemunhas descreveu que “Com a chegada da polícia (…) não quis sair do local e depois partiu pra cima dos policiais e não obedeceu as ordens.”
5. Assim, foi dada voz de prisão ao vereador por desobediência e resistência. O mesmo reagiu fisicamente, agredindo um dos policiais e foi utilizada a força necessária, conforme o protocolo policial, para algemar o agressor.
6. O vereador bateu o nariz, em virtude da resistência física à prisão, e foi conduzido até a Unidade de Pronto Atendimento, do Continente, onde foi atendido, e depois encaminhado à Central de Polícia da Capital.
7. Na delegacia foi lavrado um termo circunstanciado pelos crimes de resistência e desobediência, sendo que o vereador foi liberado após os procedimentos legais.
8. A PM-SC esclarece que toda a ocorrência foi documentada por câmeras policiais e permanece à disposição para esclarecimentos.”
Vereador
“Sobre a nota emitida pela PM-SC o que tenho a dizer é, que mesmo a respectiva entidade centenária merecendo o meu respeito, os relatos não condizem com os fatos.
Sugiro que divulguem imediatamente a íntegra sem cortes das Câmeras Corporais do Policiais presentes, já que imagens valem mais que mil palavras, e uma nota deturpada com visão meramente unilateral não condiz com os fatos.
Destaco ainda, que as testemunhas de acusação mencionadas sequer estavam ou apareceram no local, tão pouco poderiam presenciar qualquer ato de agressão minha em direção a um dos sete policiais presentes, justamente por que não houve agressões da minha parte, as imagens compravam isso.
As testemunhas servem apenas para preenchimento de uma narrativa equivocada e recheada de mentiras, que deve inclusive ser apurada como crime de falso testemunho.
A única testemunha presente de fato, foi o Sr. Luciano Medeiros, meu chefe de gabinete, e ao chegarmos no local os portões do estacionamento foram abertos para nós, alguns minutos após fomos informados por um dos seguranças que deveríamos sair do pátio e esperar no lado de fora da Av. Ivo Silveira, e por motivo de foro íntimo e de segurança pessoal, me neguei a fazer, já que nossa presença era ordeira e pacífica, como as Câmeras Patrimoniais poderão comprovar.
Eu já havia me identificado anteriormente aos respectivos policiais que chegaram na primeira das três viaturas presentes, portanto é mentira que eu não quis me identificar, como mencionado na nota emitida pela PM-SC, nota essa corporativista e cheia de contorcionismo.
Na chegada dos primeiros policiais, após finalizar uma ligação já em curso, informei ao policial presente do motivo da minha presença no respectivo local, entretanto não poderia abrir maiores detalhes, pois um dos assuntos que iria tratar na respectiva reunião envolve conteúdo de foro privilegiado, no meu entendimento sendo de competência da Polícia Federal.
Após conseguir contato com o senador Jorginho Mello por telefone, candidato a governador pelo PL, meu partido, e responsável maior pelo comitê de campanha, que estaria presente na respectiva reunião que fui convidado, este me informou que a reunião foi alterada para o dia seguinte às 14h.
Me preparava então para deixar o local e seguir para minha casa, se não fosse pela descompensada e desproporcional ação de um sargento Ronda que extrapolou seus limites com um show pirotécnico derrubando meu celular no chão e procedimentos de mata-leão, procedimento este já fora do POP (Procedimento Operacionais Padrão da PM-SC) que me deixou lesões corporais comprovadas no exame de corpo e delito, assim como outras lesões por todo o corpo, nariz e boca, assim como a desnecessária utilização de algemas, totalmente desproporcional e em desacordo com a súmula vinculante 11 do STF.
Após chegada na delegacia e esclarecimento dos fatos ao delegado, fomos imediatamente liberados e encaminhados para o exame de corpo e delito, e as devidas providências pelo abuso de autoridade serão adotadas.
Para finalizar, espero que meu discurso realizado na segunda (12) na Câmara Municipal de Florianópolis, em que relato que não passaria pano para possíveis irregularidades, sejam elas em outros partidos ou no meu, não tenham sido as motivações para todo este verdadeiro circo. Sigo firme acreditando na integridade dos candidatos que carregam o 22, e alertando os postulantes de possíveis erros no curso do processo. Espero que este mal entendido seja logo esclarecido e que os mecanismos de “compliance” partidário sejam aperfeiçoados.”
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