Vereadora pede estudos sobre controle e manejo de capivaras na região central, em Brusque
Indicação tem objetivo de prevenir a transmissão de doenças e acidentes que envolvam colisões com veículos
Na última terça-feira, 27, a vereadora Ana Helena Boos encaminhou para a Prefeitura de Brusque a indicação de estudos sobre o manejo e controle de capivaras. O foco é nas que circulam nas regiões centrais do município.
Segundo a vereadora, o objetivo é garantir a sanidade dos animais e impedir que se tornem vetores de doenças. Para ela, é preciso realizar um trabalho de prevenção, antes que situação fique incontrolável.
“Não que se extermine as capivaras, mas que exista uma forma real de controle. Temos que pensar nisso, pois vai chegar em um momento que as doenças vão ser tão grandes que não vamos conseguir controlar”, explica.
De acordo com o superintendente da Fundação do Meio Ambiente de Brusque (Fundema), Cristiano Olinger, é necessário que se faça estudo minucioso. Contudo, é preciso fazer um monitoramento por um longo período de tempo.
Segundo Olinger, cada vez mais é possível encontrar capivaras na região central, com casos de colisão com automóveis. “Senão logo vamos ter que estar cercando a Beira Rio, para impedir a entrada nas vias”, conta.
Olinger destaca que é um tema complicado, pois antigamente existia a caça predatória, que hoje está proibida. “É preciso entender como essa população está aumentando, pois se reproduzem em grande escala, ou até estudar a possibilidade de estarem sendo transferidas para uma área mais rural”, adianta.
Segundo ele, existem duas hipóteses para as capivaras entrarem em espaço urbano: comida em abundância ou a falta de alimento no habitat natural.
Carrapato e a febre maculosa
Para o sargento Marcos Schmitt, da Polícia Militar Ambiental, um dos principais motivos dos animais nativos estarem na área urbana é o desmatamento.
A doença mais conhecida relacionada com a capivara é a febre maculosa, uma doença infecciosa. No entanto, é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada de carrapato.
“Quando esses animais estão feridos, e entram em óbito, os carrapatos acabam saindo. Então, quem se aproxima corre o risco”, explica Schmitt.
Contudo, apesar da preocupação com animais nativos, o carrapato pode estar em vários outros animais, desde bois e cavalos, até animais domésticos, como cães, aves domésticas e roedores.