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Vereadores de oposição cobram prolongamento da Beira Rio

Vereador afirma que prefeito "mentiu para a população", ao afirmar que dinheiro do Refis seria utilizado na obra

Os vereadores oposicionistas Jean Pirola (PP) e Ivan Martins (PSD) usaram a tribuna, na sessão de ontem, para criticar o governo municipal, com relação à forma que este tem conduzido a busca de recursos para aplicação na obra de prolongamento da avenida Beira Rio, no sentido Santa Terezinha.

Pirola foi o primeiro a se manifestar, mostrando respostas a pedidos de informação formulados por ele ao Executivo, com relação ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), destinado à cobrança de impostos devidos pela população.
Segundo o vereador, o prefeito Paulo Eccel havia informado o Legislativo e a população de que, em 2013, o dinheiro arrecadado com o Refis seria utilizado nas obras de prolongamento da avenida Beira Rio. Posteriormente, Pirola pediu informação em relação a qual valor foi arrecadado neste programa, no município, naquele ano. A informação recebida da prefeitura é de que foram R$ 3 milhões.

Contudo, o vereador diz que “por sacanagem, a prefeitura não enviou as informações completas”. O dado que, segundo ele, foi omitido pela prefeitura, na resposta ao pedido de informação, refere-se aos valores obtidos com a prorrogação do prazo do Refis.

Conforme Pirola, no segundo pedido de informações veio o valor total arrecadado com o Refis, de 2013 até o fim de 2014: R$ 8,1 milhões, com previsão de arrecadação de mais R$4,1 milhões, totalizando R$ 12,5 milhões.

Ele afirma que a obra do prolongamento em um trecho de 1,2 mil metros tem custo estimado de R$ 6,1 milhões, e questiona por que o valor do Refis não foi suficiente para que a obra fosse tocada pelo município, e não por meio de financiamento do Badesc, como a prefeitura busca atualmente.

“Há muita propaganda, mas na verdade nos enganam sempre. Esse é o sentimento da grande maioria da cidade hoje. O prefeito Paulo Eccel e sua administração mentiram para a população brusquense”, afirma Pirola.
Líder do governo: palavra será cumprida

Para ele, não há motivo de buscar o financiamento do Badesc, se o município, com o Refis, já tinha dinheiro em caixa para fazer, teoricamente. “Foi o prefeito que falou para a população brusquense que o prolongamento seria feito pelo dinheiro do Refis. E muitas pessoas nos perguntam: por que o prefeito não fez a Beira Rio se eu paguei o Refis?”.

O vereador Felipe Belotto (PT), líder do governo, defendeu a prefeitura, e diz que o que foi prometido será feito. “O governo do PT e do PP, eleito nas urnas, ainda não terminou. As promessas que o governo fez, ele cumpre, a palavra, ele mantém, não retrocede, não muda da noite para o dia. O governo cumprirá essa promessa e manterá sua palavra”, disse.

Nesse momento, Pirola retomou a palavra para rebater. “Vai cumprir buscando dinheiro emprestado do Badesc, e quem vai pagar é o próximo prefeito. Tinha o dinheiro em caixa e enganou a população brusquense”.
Presente à sessão, o chefe de gabinete da prefeitura de Brusque, Cedenir Simon, diz que a situação apresentada pelo vereador não está correta. Conforme Simon, o que foi de fato prometido pela prefeitura foi que o dinheiro arrecadado com a prorrogação do prazo do Refis seria aplicado no prolongamento da Beira Rio, e não todo o dinheiro arrecadado no refinanciamento.

Ele afirma que os R$ 3,1 milhões arrecadados nesse período de prorrogação do prazo estão, de fato, sendo aplicados no prolongamento da via, na parte que cabe aos recursos próprios do município.
Troca de farpas

O vereador Ivan Martins (PSD) também entrou na discussão sobre a Beira Rio, durante seu pronunciamento. Ele diz que a prefeitura não dá a atenção devida à obra e, por isso, apresentou emenda ao projeto de lei que autoriza o financiamento internacional, no sentido de que o prolongamento da via seja incluído no orçamento. Martins falou em “manobra” do prefeito em relação à demora da autorização do financiamento das obras pelo Badesc, quando foi interrompido por Valmir Ludvig (PT).

Ludvig disse que manobra quem fez foi a oposição, quando adiou a votação do projeto do financiamento internacional. “O senhor está forçando a barra. O senhor não tem moral para falar do governo. O senhor ficou 10 dias na prefeitura e já arrumou encrenca, imagina se ficar quatro anos”, afirmou, referindo-se ao período em que Martins assumiu o comando do Executivo municipal, em 2007.