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Vereadores sofrem pressão por ter apoio de Marlina na eleição da Câmara de Brusque

Possibilidade de ter legisladora do PT na mesa-diretora repercute mal entre apoiadores de direita; chapa está indefinida

A eleição da presidência da Câmara de Brusque, marcada para esta quinta-feira, às 16h, ganha contornos de indefinição poucas horas antes dos vereadores anunciarem seus votos na tribuna.

Apoiadores da chapa encabeçada por André Vechi (DC) sofreram, nas últimas horas, intenso desgaste político após ter sido divulgada a possibilidade de que a vereadora Marlina Oliveira (PT) seja parte da mesa-diretora, como vice-presidente.

Parte deles tem sido cobrada por eleitores e correligionários por um movimento que está sendo entendido como “aliança com o PT”, por causa da presença da vereadora petista no bloco, que é autointitulada independente.

Apurações

Conforme informações apuradas por O Município, vereadores do grupo de André Vechi acreditam que o discurso ligando a aliança com Marlina a uma aproximação com o petismo tem sido difundido por apoiadores do governo.

O objetivo, afirmam em conversas reservadas, é tentar virar votos para o candidato da situação, ainda não anunciado, mas provavelmente o vereador Nik Imhof.

“Com certeza não vão conseguir”, garante um vereador. “Só vão conseguir um pedido de cassação do Ari no próximo ano”.

Cálculo

A presença de Marlina na mesa-diretora é um cálculo político complexo para os parlamentares do grupo pró-Vechi. De um lado, a cobrança da base eleitoral predominantemente bolsonarista – 8 dos 9 vereadores do grupo apoiaram abertamente o atual presidente nas eleições, e fizeram campanha para conquistar eleitores de direita, a imensa maioria em Brusque.

Por outro lado, o apoio da vereadora do PT ao grupo é considerado vital para derrotar o governo não só na eleição da presidência, mas, principalmente, nos projetos  mais polêmicos.

Além disso, em que pese estar num partido amplamente atacado por boa parte de seus colegas de bloco, Marlina é vista como uma pessoa querida por eles, e mantém bom relacionamento pessoal com todos.

A aliança também se fortaleceu recentemente, quando foi realizada a votação do orçamento de 2023 da Prefeitura de Brusque. A vereadora oposicionista, com a ajuda do grupo capitaneado por André Vechi, conseguiu aprovar duas emendas no texto, algo inédito na Câmara de Brusque, que não tem por hábito alterar o orçamento proposto pelo prefeito.

Oposição a caminho

Vereadores do bloco têm utilizado o discurso da mudança para defender a manutenção da aliança. A eleitores, informam que pretendem mexer na estrutura da Câmara, inclusive com a exoneração de cargos comissionados específicos que, como definiu um vereador, a um interlocutor, “ganham alto salário e não fazem nada”.

Eles também justificam que a formação do grupo é para bater de frente contra o governo e sua hegemonia nas votações. Na prática, independente do resultado da eleição da Câmara, o que se avizinha é um terceiro ano de mandato do prefeito Ari Vequi com dificuldades na Câmara.

Se o grupo oposicionista recém-formado se manter coeso, dificilmente o governo conseguirá aprovar qualquer projeto polêmico sem pedir a bênção ao bloco.

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