Veterinária do Zoobotânico de Brusque é afastada após suspeita de irregularidades
Ela é acusada de sugerir procedimentos que teriam causado a morte de animais
Ela é acusada de sugerir procedimentos que teriam causado a morte de animais
A Procuradoria-Geral da Prefeitura de Brusque determinou o afastamento das funções, inicialmente por 60 dias, de uma médica veterinária do Parque Zoobotânico de Brusque, após abertura de processo administrativo disciplinar para apurar a sua conduta.
Como se trata de procedimento inicial, ainda sem decisão, o nome da servidora não será divulgado.
Em abril deste ano, o gabinete do prefeito Jonas Paegle solicitou a abertura de um procedimento administrativo contra a servidora após denúncia anônima realizada na 3ª Promotoria de Justiça. A investigação do Ministério Público tramita em sigilo.
A denúncia relata que a servidora vem cometendo diversos atos que demonstram falta de ética profissional. De acordo com a denúncia, a médica veterinária teria montado o esqueleto de um bugio-ruivo que morreu dentro do parque como se fosse um objeto decorativo, tendo o colocado sentado em um banquinho com as pernas cruzadas, mostrando o dedo médio de forma obscena e com um cigarro na boca.
Além da situação que envolve o esqueleto do macaco, a denúncia diz que a médica veterinária teria dado ordens para que os tratadores realizassem a contenção dos animais, medicando-os com injeções intramusculares e subcutâneas.
Além disso, um dos tratadores, seguindo as ordens da médica veterinária, teria realizado um procedimento de fluidoterapia, que é perigoso e necessita ser realizado por um profissional formado e qualificado. A denúncia diz ainda que auxiliares de serviços gerais e até o pedreiro realizavam procedimentos nos animais a pedido da veterinária.
O denunciante também informou ao Ministério Público que a servidora não fazia o diagnóstico correto dos animais, resultando na morte de alguns deles.
Na denúncia, consta ainda que a veterinária sugeriu, via WhatsApp, cortar as asas de dois faisões que posteriormente foram colocados em uma espécie de ilha. As duas aves caíram na água e uma delas morreu afogada.
Além da denúncia, a procuradoria teve acesso ao depoimento de servidores do Zoobotânico ao Ministério Público que, no seu entendimento, comprovam o que foi descrito na denúncia.
“Analisando todo o acervo documental apresentado, fica evidente que a funcionária denunciada tem agido com imperícia, negligência e falta de ética, descumprindo suas atribuições, qual seja, zelar pelo bem-estar dos animais do parque Zoobotânico e utilizar o material, já escasso, da instituição para fins de “brincadeiras de mau gosto”, fazendo projeção de “ato obsceno” em esqueleto de macaco”, destaca o procurador-geral do município, Edson Ristow, em seu parecer.
Desta forma, o procurador reconhece a existência de indícios para a instauração de procedimento disciplinar contra a servidora, bem como o seu afastamento, sem prejuízo da remuneração, pelo prazo de 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias a critério da Comissão Processante.
Em nota, a defesa da servidora, representada pela advogada Kassia Grisa Tridapalli, nega as acusações feitas contra a veterinária. “Minha cliente afirma que os fatos não ocorreram conforme o narrado na denúncia, o que será comprovado durante a instrução do processo administrativo”.