VÍDEO: Banda de Brusque grava música e videoclipe à distância totalmente pelo celular
Morenas Azuis produziu toda a música respeitando o isolamento social
Morenas Azuis produziu toda a música respeitando o isolamento social
Durante a pandemia do coronavírus, a classe artística tem se reinventado de diversas formas. Além do expressivo aumento na quantidade de lives, músicos e bandas têm produzido músicas sobre o período de isolamento social.
Em Brusque, a banda Morenas Azuis decidiu inovar e gravou uma música e um videoclipe totalmente a distância, com o uso de smartphones. A música, intitulada “Surdos”, foi divulgada no dia 23 de julho em plataformas de streaming como Spotify e Deezer, e o videoclipe foi publicado no canal do YouTube, ambos divulgados no Instagram e Facebook da banda.
De acordo com o baixista Fábio Pioczkoski, conhecido como Pio, desde março, quando o decreto do governo do estado suspendeu as atividades, a banda parou os ensaios e qualquer atividade presencial.
Durante o período de isolamento, os integrantes da banda acompanharam a produção de artistas de outras cidades, e decidiram realizar a produção da música a distância.
O guitarrista e vocalista, Lucas Rhuan Fischer, autor da letra de “Surdos”, teve como inspiração o período de quarentena e do isolamento que todos foram colocados à prova.
“Quando decidimos fazer esse projeto, a primeira ideia que tive foi em expor o que estamos vivendo e sentindo nesse período de quarentena ocasionado pelo coronavírus. É claro que de uma forma mais subjetiva, como de costume”, explica.
Pio conta que a música foi gravada entre metade de abril até início de junho. “A gente decidiu fazer a produção devagar, sem pressão. A música foi e voltou mais de dez vezes, e assim foi tomando forma”, comenta o baixista.
A música foi produzida por Davi Pacote, do Hill Valley Studios de Porto Alegre/RS, que também participou como backing vocal.
Segundo Renan Wust (bateria e voz), “logo que o Lucas criou o primeiro rascunho da música, enviamos para o Davi Pacote, e a partir dessa guia definimos um BPM (batidas por minuto). A partir desse BPM, o Lucas gravou uma nova guia e assim eu pude gravar a bateria nos fundos da minha casa.”
Wust comenta que as guitarras, baixo e vozes seguiram o mesmo princípio. Cada integrante gravava a sua parte e enviava para o produtor que juntou cada parte até a música estar completa.
Pio destaca que há apenas dez anos, o processo de gravação de músicas era mais complicado. Ele entende que a produção atual não fica perfeita, mas atende a demanda do momento, em que a ideia é passar a mensagem de que é possível produzir e se reinventar,
“Acho que muita coisa vai mudar, não só na parte da música, então para nós o que mudou foi a percepção da evolução da tecnologia”.
As gravações e a edição do videoclipe foram realizados de junho até metade de julho, e cada integrante da banda filmou suas partes do clipe em casa. Pio comenta que “o objetivo do clipe era transmitir um pouco do nosso dia a dia no isolamento.” As gravações foram enviadas ao produtor de vídeo Sergio Caldas, que as uniu e editou, deixando o projeto pronto para divulgação.