VÍDEO: Brusquense que mora na Itália conta como está a situação após chegada do coronavírus
Mais de 200 casos já foram confirmados no país, principalmente ao norte
A Itália se tornou o epicentro do coronavírus na Europa. Até agora, são mais de 220 casos e sete mortos por causa da doença. Todos são pessoas acima de 60 anos, que estavam internadas em hospitais e já tinham outras doenças. A região Norte do país é a mais afetada.
Desde o domingo, 23, as autoridades do país estão controlando pelo menos 11 cidades da região norte, que estão de quarentena, e 43 têm restrições de entrada e saída de pessoas, sob ameaça de detenção caso a decisão seja respeitada. A tentativa é de evitar que o vírus se espalhe ainda mais pelo país.
Djonata Silveira, de 28 anos, mora com a esposa, irmã e cunhado em Cesena, na região da Emilia Romagna, há dois anos. Ele conta que a situação está assustadora, principalmente pela velocidade com que os casos aumentaram, e que os moradores estão com as mãos atadas.
“A situação aqui na Itália está muito caótica. Na região onde eu moro são 23 casos no total. Os casos cada dia aumentam mais, e está piorando. São dois dias que a gente não sai de casa”, ressalta.
Missas e aulas foram suspensas, faltam produtos em mercados, e partidas da elite do futebol no país foram adiadas. O tradicional Carnaval de Veneza também foi cancelado. Silveira relata que o abastecimento de alimentos está comprometido e que a cidade está praticamente vazia.
“Estocamos bastante água, comida. Nos mercados, não tem mais carne, arroz, macarrão. Negócios estão fechados. Na rua onde a gente mora, no centro histórico de Cesena, a gente está acostumado com muita gente passando aqui, muito barulho, não tem absolutamente ninguém. Está um clima de evacuação”, afirma.
Policiais italianos estão monitorando os postos de controle nas cidades mais afetadas e autoridades tentam conter casos do coronavírus no país, o mais atingido pela doença na Europa.
Após a confirmação do aumento exponencial de casos do coronavírus na Itália, o Ministério da Saúde do Brasil incluiu o país na lista de 16 países cujo passageiros que estiveram nesses locais e que apresentem sintomas da doença, como febre e tosse, serão considerados suspeitos de terem a doença.
Os moradores de Cesena receberam uma mensagem do prefeito avisando que as atividades escolares e eventos públicos estavam suspensas. Além disso, de acordo com Silveira, a orientação das autoridades locais é para que as pessoas evitem deixar suas casas e que estocassem comida e água.
Silveira acrescenta que as autoridades médicas pedem para que as pessoas que estão com suspeita de ter coronavírus não vão aos hospitais.
“Estão pedindo para quem tem os sintomas, fique em casa, porque houve casos de pessoas que foram para o hospital e infectaram pacientes que estavam lá. Eles pedem para que as pessoas fiquem em casa e liguem para o número de emergência para que o socorrista se desloque até o local para fazer os exames”, acrescenta.