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VÍDEO – Conheça processo de conservação das peças históricas do Museu Casa de Brusque

Local reúne itens e documentos históricos da cidade e da região

Morada de grande parte da história da região, o Museu Casa de Brusque está com projeto em andamento para higienização e arrolamento de todo o acervo, que inclui documentos e peças do início da colônia, nos anos 1860. O objetivo neste ano é encerrar esse processo para que, em 2022, a área passe por reforma para que uma nova expografia seja montada.

O processo de arrolamento consiste na numeração das peças. Na primeira parte, de objetos tridimensionais, já foram arroladas mais de 2 mil peças, sendo que algumas delas tem dedobramentos (conjunto de pires e xícara, por exemplo, contam com um item). A planilha utilizada para registro já tem quase 4 mil linhas. Em outro momento, será feito também nos documentos, como fotografias e edições de jornais impressos arquivados no museu.

Além disso, a equipe do museu, que é formada pela historiadora Luciana Tomasi e dois estagiários, está realizando o processo de limpeza de todas as peças do acervo, das menores às maiores, como o tear Jacquard de 1906 e a carroça funerária utilizada entre as décadas de 1930 e 1970.

Carroça funerária foi utilizada pela última vez para levar o corpo do padre Klein até o cemitério Parque da Saudade | Foto: Bruno da Silva/O Município

Conservação e busca por detalhes

O projeto desenvolvido para este ano incluiu obras na infraestrutura do museu e a instalação de uma rampa de acesso para ampliar a acessibilidade, processos já finalizados. Uma sala também foi transformada em laboratório para os trabalhos de limpeza das peças, e outra foi modificada para armazenar os itens de forma segura e com menos umidade.

“Nessa sala, que chamamos de reserva técnica, as peças ficam higienizadas e protegidas das ações do tempo, umidade, de insetos e livres de contato externo. ”, explica Luciana.

Reserva técnica é sala protegida de influência externa | Foto: Bruno da Silva/O Município

Dependendo do material, o processo de higienização, que é minucioso, é diferente. Para as antigas bolas de canhão do Clube de Caça e Tiro, foi utilizado o TF7, produto para tirar ferrugem. Peças de madeira são tratadas com água deionizada (sem sais) e pentox, que repele água e cupins. A hidratação das cerdas das escovas de cabelo de Araújo Brusque foi feita com óleo de coco.

O trabalho foi organizado por curadores especialistas em museus, contratado para fazer formação e treinamentos com a equipe do museu.

Durante o processo de arrolamento e limpeza, a equipe do museu também está descobrindo mais detalhes sobre as histórias de várias peças. Um exemplo é o conjunto de peças de toalete feitas de marfim, que pertenceram à família Repsold. Duas cartas dentro do estojo contam as circunstâncias do envio desses itens, de Recife para Blumenau.

“Agora, sabemos quantas peças temos dos imigrantes, flâmulas, medalhas. Conhecendo o acervo, vamos montar uma nova expografia, com móveis adequados, mais tecnologia, que está prevista no próximo projeto”.

Juliana Fantini é uma das estagiárias responsáveis pelo arrolamento | Foto: Bruno da Silva/O Município

Lei de incentivo

O processo burocrático para a realização dessas ações na Casa de Brusque incluíram a aprovação na Lei de Incentivo à Cultura do governo federal, que permite que instituições recebam recursos através da renúncia fiscal de empresas.

“É importante oferecer um museu de mais qualidade para os turistas. Brusque é uma cidade tão rica, merece museus à altura para as pessoas conhecerem nossa história. O museu precisa fazer exposições diferentes, tem que ser vivo. Temos várias peças incríveis aqui, queremos modernizar o museu”, diz Luciana.

Luciana é historiadora e secretária administrativa da Casa de Brusque | Foto: Bruno da Silva/O Município

Para isso ser possível, porém, foi necessário um projeto detalhado e também a confiança dos empresários locais.

Neste momento, o museu e o arquivo histórico estão recebendo visitas através de agendamento. Uma parte do acervo também está disponível de forma on-line. Em 2022, o objetivo da Casa de Brusque é continuar avançando em melhorias na estrutura para receber cada vez mais visitantes e mostrar a história da cidade para moradores e turistas.

“Só conseguimos fazer melhorias através desses editais de incentivo à cultura e já tivemos uma evolução muito grande. Nos deu um grande ânimo. Temos mais um projeto para o ano que vem, a ideia é modernizar o museu. Esperamos contar com apoio das empresas locais, estamos captando recursos para continuação do projeto”.

O Museu Casa de Brusque é uma instituição privada, sem fins lucrativos, fundada por em 1971. O primeiro presidente foi Ayres Gevaerd, e o atual é Ricardo Vianna Hoffmann.

Museu tem mais de 50 anos de história | Foto: Bruno da Silva/O Município

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