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VÍDEO: Em quarentena na Argentina, estudante de Brusque busca documentação para voltar ao Brasil

Ele está em contato com consulados no país vizinho para conseguir uma declaração de trânsito

Willian Cardoso Ferreira, 28 anos, morador de Brusque, está em quarentena obrigatória por conta do coronavírus em Concepción del Uruguay, na Argentina, sem conseguir retornar ao Brasil.

Ele e um grupo de cerca de 15 moradores do Brasil estão estudando na Universidad Nacional de Entre Rios, a cerca de 300 km de Buenos Aires. O brusquense chegou ao país vizinho há menos de um mês, no dia 7 de março.

Ferreira está em isolamento obrigatório imposto pelo governo argentino há cerca de dez dias, e as universidades suspenderam as aulas antes disso, e eventos públicos foram cancelados há aproximadamente três semanas.

Ele e Nicolò Tesini, 27, italiano que mora em Brusque há um ano, estão em contato com os consulados do Brasil na Argentina para tentar voltar para casa, já que não há perspectiva de retorno à vida normal no país vizinho.

“Apesar de eles estarem conseguindo controlar bastante e achatar a curva de casos aqui, o ministro da Saúde diz na imprensa que o pico ainda será em maio, e algumas universidades já cancelaram as aulas até 21 de junho”, conta.

Na Argentina, o isolamento obrigatório foi estendido pelo menos até a Páscoa (12 de abril). Por enquanto, o país tem 1.054 casos confirmados e 27 mortes por coronavírus.

As fronteiras da Argentina estão fechadas totalmente, mesmo para argentinos, com a exceção de pessoas com vistos de turista. Além disso, ele e Tesini estão de carro, o que facilita a viagem de certo ponto, já que os aeroportos estão com restrições. 

Outros brasileiros que estão no grupo moram em lugares mais distantes da Argentina, e chegaram ao país de ônibus ou avião.

Segundo o decreto da quarentena, não pode haver mais de duas pessoas dentro dos carros, sendo que a segunda deve estar no banco de trás, do lado oposto ao motorista.

“A maioria das respostas dos consulados do Brasil têm sido vagas. A gente tem a documentação regularizada para poder estudar e estar legalmente na Argentina, porém, como a gente tem visto de turista, estamos em uma brecha do decreto que permite que pessoas nesta situação voltem aos seus países”, diz.

Eles entraram em contato com o consulado de Puerto Iguazú, na divisa com Foz do Iguaçu (PR), que informou que muitas pessoas que estavam tentando passar por lá estavam sendo multadas. O de Rosario, não respondeu ao contato dos moradores de Brusque.

O mais solícito, segundo Ferreira, foi o consulado de Paso de los Libres, na divisa com Uruguaiana (RS). “Eles disseram que as pessoas estavam conseguindo atravessar, mas o problema seria chegar até a fronteira, porque íamos passar por muitas barreiras sanitárias, que cobrariam multa”.

Na quarta-feira, 23, eles receberam uma resposta do consulado de Buenos Aires, informando que receberiam uma declaração de trânsito para tentar chegar até a fronteira. Isto, porém, não impede que eles sejam parados e multados pela polícia, ou até terem o carro apreendido.

Mesmo assim, assim que tiverem o documento, vão tentar voltar para casa, ainda durante esta semana. 

“Mesmo sabendo que vai ser bastante complicado, vamos tentar atravessar a fronteira. Na atual circunstância, estar próximo dos nossos é um pouco melhor, mesmo sabendo que vamos ter que ficar isolados por um tempo quando chegarmos ao Brasil por questões de segurança”.