VÍDEO: Leitor flagra despejo de efluentes no rio Itajaí-Mirim, em Brusque
Imagens mostram efluente que sai de grande tubulação; Fundema aponta resíduos em tubulação após estiagem
Imagens mostram efluente que sai de grande tubulação; Fundema aponta resíduos em tubulação após estiagem
Nesta sexta-feira, 5, um leitor entrou em contato com o jornal O Município apresentando um vídeo que mostra efluente de coloração escura sendo despejado no rio Itajaí-Mirim, entre o São Luiz e Santa Rita. Imagem mostra uma grande tubulação em local das obras do prolongamento da Beira-Rio.
O superintendente da Fundação do Meio Ambiente de Brusque (Fundema), Cristiano Olinger, conta que já tinha recebido o vídeo. Uma justificativa para este caso, é que após um momento de estiagem, a chuva pode lavar as tubulações e carregar rejeitos até o rio.
“Durante a seca, acumula-se nos fundos dos ribeirões e tubulações esse materiais sólidos. Quando há chuva, pelo aumento da vazão e também da velocidade desses córregos, vai lavando esses sólidos decantados”, continua.
Ele não descarta o lançamento de fluentes sem tratamento de indústrias, pois muitas empresas já foram multadas na região. Mas, por esses registros aparecerem em boa parte nos momentos de chuva, olinger aponta como justificativa a limpeza nos fundos de tubulações, galerias e ribeirões.
Segundo Olinger, a situação fica mais complicada por ter dois grandes problemas estruturais na cidade. O primeiro é existir várias empresas geradoras de efluentes. O segundo, é não existir um tratamento coletivo de esgotamento sanitário nas residências.
“Hoje, o que temos no município é o sistema de fossa filtro e muitas vezes ela não tem uma qualidade, sendo dela mesma ou da manutenção. Muitos pensam que não limpar a fossa é algo bom, que a limpeza só deve acontecer quando ela enche, mas não, é preciso manter ela limpa”, explica. Além disso, muitas residências antigas podem não ter a fossa.
Sobre a aplicação de um tratamento coletivo em Brusque, Olinger conta que, no processo, nove empresas precisarão apresentar projetos no próximo mês, que serão avaliados por uma comissão.
“Nós da Fudema temos essa preocupação. É nosso desejo que essas coisas se arrumem, mas não é simples, é uma infraestrutura muito cara”, continua.
Para ele, será mais fácil de identificar o descarte irregular quando as residências tiverem com tratamento coletivo de esgoto. Já que ficará mais evidente o descarte de efluente de uma empresa.
“Hoje tudo se mistura e fica complicado para a Fundema para pegar o infrator, mas queremos o apoio da população para denunciar”, completa.