VÍDEO – Luan Carlos, após Brusque x Ituano: “O grande desafio hoje é a gente devolver aquela identidade”
Para o treinador, características que consagraram o clube recentemente foram perdidas
O técnico Luan Carlos respondeu às perguntas dos jornalistas após a derrota do Brusque para o Ituano, neste sábado, 11, pela 12ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Luan Carlos explicou as subtituições feitas no intervalo e no decorrer do jogo, comentou o erro de Zé Mateus, as dificuldades na construção de jogadas, o peso das críticas sobre o elenco e afirmou que o clube perdeu sua identidade competitiva e precisa recuperá-la.
Assista à coletiva abaixo e leia algumas aspas:
Concentração
Acho que faltou um elemento muito importante para nós, principalmente no início da partida, que foi a concentração. Quando a equipe está bem concentrada, o nível de intensidade é elevado e o nível de competitividade também. Então eu senti que neste início de jogo a gente pecou um pouco neste aspecto. E acabou custando caro porque saiu o gol que abriu o placar e que dificultou muito as nossas ações dentro do jogo. O Ituano veio com três zagueiros, uma linha de cinco, e quando você faz o gol no início, a estratégia fica praticamente perfeita. Dificultou muito as nossas ações para entrar no último terço.
Identidade
“O grande desafio hoje, no Brusque, é a gente devolver aquela identidade que é do clube, de muita competitividade. Acontecem os erros, mas a agressividade é muito maior do que os erros. E talvez esteja faltando isso. Onde está o problema? Nós precisamos identificar. Nós precisamos entender, perceber, analisar, de forma muito reservada, internamente, para tentar devolver ao clube aquela característica que trouxe o clube até a Série B do Campeonato Brasileiro. Então isto se perdeu. Eu como rival ou assistindo de fora já percebia isso. E estando dentro, percebo ainda mais.”
“Não identifiquei ainda qual é o problema central, mas eu sei que a característica mudou. A forma de pensar o jogo, de caminhar dentro do campeonato, mudou.”
“Tem que ser uma conversa muito profunda entre jogadores, comissão técnica, diretoria, e achar as soluções para isso. O problema está detectado. Acho que o torcedor já percebeu, os próprios adversários já perceberam. Então a gente precisa, entre nós, encontrar este elo para devolver aquela característica que o clube sempre teve.”
Saída de Álvaro
“O Álvaro inicia o jogo, mas em conversas com o departamento médico, a gente sabia que ele não tinha condições de fazer mais que 70, 75 minutos. E por ele ter um pequeno desconforto no adutor, poderia agravar ou até a gente ter que queimar uma substituição no decorrer da partida, sendo que no intervalo, não conta a parada.”
Mudanças
“Foi esta análise que a gente fez, tentou fazer uma dobra de profundidade com o Todinho e o Crislan, em vista que eles tinham três homens de marcação. E dentro disso, a nossa ideia era conseguir fazer com que a linha de cinco abaixasse ainda mais. Depois, a gente acabou utilizando o Diego Jardel para fazer esta função de flutuação entre linhas. Basicamente, foi esta a ideia dentro das mudanças.”
Zé Mateus
“O torcedor começou a vaiar o Zé muito cedo, o gol sai muito cedo. E eu senti que o Zé perdeu um pouco da confiança e abaixou ainda mais este nível de concentração. E isto me preocupou já no início do jogo, porque a equipe sente a situação do erro do Zé, que é individual, mas se a gente analisar, são situações coletivas.”
“O Zé é um jogador que se cobra muito, que se identifica muito com o Brusque. Se envolve muito com a cidade, é nítido que ele sentiu muito o erro. Já dentro de campo a gente percebia. Por mais que ele seja um jogador que tem uma maturidade muito bacana, mas a gente sente que ele não conseguiu absorver aquele erro dentro da partida. E a gente entendeu que tirar ele seria a melhor forma de preservar ele e a equipe mesmo.”
“Não conversei com ele ainda, acho que não era o momento. É importante deixar esta poeira abaixar, deixar ele refletir, deixar a família ter esta conversa inicial com ele. E depois a gente ter esta conversa. Veja bem que no futebol, como na vida, em qualquer profissão que você escolhe, num dia é o herói e no outro se torna vilão. É por isso que eu digo que você não pode absorver nem muito as críticas e nem muito os elogios. Tem que ouvir os dois lados, fazer com que isto te faça crescer, mas tomar muito cuidado para não absorver demais.”
Problemas com críticas
“Eu tive uma conversa com alguns atletas aqui do nosso elenco e disse a eles que estavam internalizando demais as críticas, os comentários. É muito perigoso, isto. Porque isso te faz sair daquilo que você é, perder a sua essência.”
“Ninguém quer errar, ninguém quer perder. Está todo mundo dando o seu melhor. Dói para o torcedor uma derrota destas. Dói. Mas dói muito para nós que estamos aqui, representando o clube. Porque isto pode custar a saída do treinador, isto pode custar uma desvalorização do atleta. E todos nós dependemos disso, nós vivemos disso aqui. Então um erro desse, uma derrota dessa doem muito no torcedor, mas é muito mais pesado para nós. A gente entende a insatisfação do torcedor, a gente se cobra muito também.”
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