VÍDEO – Morador de Brusque constrói casa com isopor no Primeiro de Maio

Engenheiro responsável pelo projeto avalia método de construção

VÍDEO – Morador de Brusque constrói casa com isopor no Primeiro de Maio

Engenheiro responsável pelo projeto avalia método de construção

Uma tecnologia diferente de construção chama a atenção no bairro Primeiro de Maio, em Brusque. Trata-se da construção de uma casa feita com painéis monolíticos de EPS (poliestireno expandido), mais conhecido como isopor, na rua Jandira Comandolli. A residência que está sendo construída é do instrutor de trânsito Pedro de Paula Leite Júnior, de 39 anos.

A casa terá cerca de 120 metros quadrados (m²) e uma área de festa com 70 m². Pedro aponta que a residência será 70% térmica e acústica, além da umidade ser bloqueada. Outro ponto destacado é a rapidez da construção, que resulta em custo mais baixo na mão de obra pelo tempo reduzido.

“O isopor é só um fechamento, como o tijolo. O que segura uma casa de alvenaria normal são os pilares. Ali, a casa de isopor, no caso, é toda estruturada. As paredes são estruturais e elas suportam o peso”, complementa.

De acordo com Pedro, quando se fala em EPS para a construção civil, é usada as nomenclaturas do T1 ao T4, que se refere à resistência. Pedro usa o T2 na construção da casa, o que é suficiente para a proposta. O suporte de peso é de cima para baixo, ou seja, na horizontal. “É feita uma estrutura metálica, a qual é preenchida pelo isopor. Nas laterais, é colocada uma malha de aço”, explica.

Ele detalha que a diferença de uma casa térrea para uma casa com três ou quatro andares é o suporte da laje normal. “Essa estrutura está preparada para até dois andares”, diz.

A parte estrutural, da garagem e da fundação é de alvenaria, com concreto armado e vigas de aço. A casa, que é construída acima da laje, é feita com o material. “Ela está sendo preparada para ter mais uma laje. Então, está sendo construída para suportar mais um piso”, continua.

Segundo Pedro, a fundação de uma casa assim não precisa ser tão reforçada, sem furações muito grandes. “Ela fica em cima de uma laje, numa forma de radier, montamos ela em cima, pois é uma estrutura mais leve e mais resistente”, ressalta.

A obra está na fase de aplicar o chapisco, que é uma argamassa usada para revestir paredes ou teto. Contudo, ele relata que a obra atrai olhares de moradores e engenheiros locais. “Eles passam pelo local e ficam curiosos. É uma realidade diferente e uma outra forma de construção”, completa.

Pesquisa sobre o isopor

Antes de decidir pela modalidade, Pedro começou a pesquisar. Ele relata que morou em outros países antes de se mudar para Brusque, há 11 anos. Neste caminho presenciou outras construções diferentes.

“Encontrei um vídeo no YouTube sobre a tecnologia em uma construção no Mato Grosso. Fui pesquisando, pesquisando. Então pensei em construir do meu jeito”, relata. Os principais motivos da escolha foi pela velocidade de construção e resistência.

Pedro conta que a tecnologia surgiu na Itália e, no Brasil, é muito desenvolvida no Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal. “Tem casas em Brasília de 600 m². Aí ela suporta até vãos maiores, sem pilares, pois como é uma carga distribuída para a casa toda, com paredes estruturais, é dissipada todo o peso por ela inteira”, explica.

Em prática

Esta foi a primeira experiência que o engenheiro civil Luiz Marcone Fusão teve com esse tipo de construção. Para a criação do projeto, ele pesquisou bastante junto Pedro, o resto veio com a experiência.

“No começo, fiquei preocupado com a ideia do cliente. Foi estudando sobre o assunto que vimos que a casa suporta a mesma carga, só tem a limitação de pavimentos, que são até dois pisos”, conta.

Luiz avalia que o uso do isopor pode não ser a opção mais barata, pois a obra encarece pela quantidade do ferro, sendo que o valor do material subiu recentemente. Além da mão de obra especializada que não é barata. Entretanto, é mais rápida, limpa e segura.

Ela detalha que a construção é mais limpa do que a de alvenaria pois ocasiona menos desperdício de resíduos. Portanto, é mais sustentável. “Por termos acústica, não será necessário usar tanto ar condicionado. Vale muito a pena, mais um método construtivo que deve ser utilizado, principalmente pela sustentabilidade”, completa.


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