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VÍDEO – Paulo Massaro, após eliminação do Renaux: “o momento mais triste da minha carreira”

Abatido, treinador lamenta fim do sonho do acesso em 2022 e quer continuar para a Copa SC

O técnico Paulo Massaro respondeu às perguntas dos jornalistas após a derrota do Carlos Renaux para o Inter de Lages na noite deste sábado, 13, no jogo de volta das quartas de final da Série B do Campeonato Catarinense.

Paulo Massaro acredita que a eliminação do Renaux seja o momento mais triste de sua carreira de treinador. Ele lamentou a sua primeira derrota no comando da equipe desde o retorno, pediu desculpas à torcida, e afirmou que pretende continuar o trabalho. O Vovô tem pela frente a Copa Santa Catarina, cujo campeão ganha uma vaga à Copa do Brasil. Figueirense, Hercílio Luz, Joinville, Marcílio Dias e Nação também estarão na disputa.

Assista à coletiva de Paulo Massaro e leia destaques do treinador:

Decepção

“Eu vim aqui por diversas vezes, umas sete, na verdade… E sempre com um placar. Ou empate, mantendo uma invencibilidade. Hoje, eu acho que é o momento mais triste da minha carreira. É entender uma desclassificação assim, não pela derrota em si, mas acho que por tudo que representa.

“Acho que eu tenho que assumir toda a responsabilidade como treinador, como líder da equipe. Sei que as palavras ‘assumir responsabilidade’ não vão trazer o sonho de volta, eu sei que não vão trazer alegria no rosto do torcedor. [Quero] agradecer aos que vieram, torceram, que apoiaram.”

“Eu tentei, me entreguei ao máximo, fiz tudo que que eu podia dentro do meu alcance. Não vou vim aqui ficar lamentando sobre arbitragem, não vou ficar lamentando sobre gols perdidos. Acho que eu vou ter que ter alguns dias para cair a ficha, para entender, para analisar o jogo. Para o profissional Massaro crescer com com esse momento, que eu acho que é assim que a gente tem que evoluir. É difícil pra mim. Nós tínhamos uma vantagem no empate, e acho que tivemos até um bom jogo, nós perdemos num gol contra, mas tem um motivo desse gol contra, né? Alguns erros de posicionamento.”

“Vou precisar de uns dias para entender, melhorar, evoluir, crescer com essa lição na vida que eu tive hoje. Parabéns ao Inter, que se classificou, independente do método. Mas eles classificaram, então fica meus parabéns a eles. Não deixa de ser um esporte, eu tenho que ter, no mínimo, um pouco de ética.”

Agradecimentos

“É agradecer ao torcedor que veio, à minha família, que está em Ribeirão Preto torcendo por mim. [Agradecer] aos amigos. Infelizmente não consegui. [Quero] pedir desculpas à cidade de Brusque, aos simpatizantes do Carlos Renaux, aqueles mais antigos. Venho me empenhando há muito, muito tempo para poder chegar nesse momento e ter essa classificação.”

“[Quero] agradecer à diretoria pelo esforço que foi feito. Aos patrocinadores, a todos que se dedicaram pra gente chegar a esse momento. E nós chegamos muito fortes, né? Então acho que o grande problema, o sentimento hoje, são as expectativas que criamos. E tínhamos dentro de nós uma certeza no coração.

O jogo

“Eu não quis, de maneira alguma, entrar na partida com a vantagem do empate. Eu não pedi isso aos meus atletas, porque o medo de vencer aumenta a probabilidade de derrota. Então eu não pedi para os nossos atletas fazerem cera, antijogo, ou para que deixassem de procurar o gol. Ao contrário. Criamos bastante. Acredito que, no primeiro tempo, nós iniciamos muito bem. Depois o Inter se igualou no jogo. Ficou um jogo aberto. Teve lance de reclamação de pênalti pros dois lados, teve defesa de goleiro pros dois lados. Gostei do do volume aplicado pela minha equipe.”

Corrigindo no intervalo, acredito que a gente veio muito mais compacto, com mais posse de bola, com postura, mas tomamos um gol, fizemos um gol contra. A vantagem do empate que a gente tinha ganhado no início da competição não serviu pra nós. A gente sempre teve um poder de fogo muito grande, uma equipe que fazia muitos gols.”

“Eu achei que a gente teve um bom volume de finalização, mas perdemos muitos gols e esse gol fez falta, é o que nos daria a classificação.”

O time não se acovardou nem quando estava zero a zero e nem quando estava perdendo. Volume de jogo tivemos. Lógico que é um jogo aberto. Teve momentos que o Inter também teve a sua superioridade. Mas nós estamos falando de noventa minutos.

Futuro

Eu não vejo como um um um momento vexatório. Vejo como um momento muito triste, de decepção pela expectativa que criamos, devido à nossa produção, nossas primeiras sete partidas. E hoje a gente sai sem ter muito o que fazer a não ser pedir desculpas.”

“Nós temos um campeonato pela frente. Se a gente se abater agora, acho que vai doer, vai ser difícil. Mas tem uma coisa que eu aprendi: não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar, e não há nada que esteja tão bom que não possa melhorar. Se a gente não conseguir digerir isso, é melhor que a gente nem dispute a Copa Santa Catarina. Se a gente analisar dessa maneira. E não acho que, de oito partidas, a gente tenha que levar essa última, essa oitava como predominante.

Eu tenho contrato com o Renaux. Sou feliz aqui, infelizmente tivemos um episódio como hoje. Não quer dizer que encerra o ciclo. Ele apenas atrasa uma situação de programação, planejamento, e objetivo, porque o acesso parecia muito palpável, né? Pelo que vínhamos apresentando, e com a vantagem dos resultados iguais. Eu permaneço. Só se acontecer uma coisa de que eu não esteja sabendo. Mas, da minha parte, eu sigo normal, sigo trabalhando. Eu acho que, na totalidade, foram muito mais pontos positivos do que negativos.”

Eu sigo normalmente com muita alegria, com muita paz no coração de estar a frente do Renaux. E vou trabalhar mais do que eu trabalhei. Eu acho que não foi o suficiente, eu vou ter que dobrar o meu trabalho para conseguir os objetivos que a gente traçou desde a minha chegada.”

“Acredito que vai ser muito mais difícil [a Copa Santa Catarina], né? O nível vai ser muito mais elevado. Eu projeto uma dificuldade muito grande. Óbvio que eu tenho que fazer uma reunião com a minha diretoria. E é rever algumas coisas. Rever alguns atletas, rever alguma situação de trabalho.”

Eu acho que a história do Carlos Renaux não pode parar por aqui. Eu tenho certeza que não vai. Nós temos que analisar um um contexto, né? No geral. Não que a gente contava com o acesso, mas ele era muito palpável devido à situação da apresentação que tínhamos né? Do do que a gente fez durante o campeonato, da nossa produção, e por ter conquistado o direito dos resultados iguais. Então isso realmente fazia parte de um planejamento. A gente esperava ter um êxito maior dentro da competição.”

Há N histórias que a gente vê de times que lutam, não dá certo num ano, não dá certo no segundo ano, e de repente se começa a colher os frutos. Eu acho que a persistência vai fazer com que a gente chegue. Acho que o trabalho é esse, o caminho é esse.