VÍDEO: Saiba como está a obra de restauração de um dos casarões mais famosos de Brusque
Previsão é que os trabalhos no local sejam concluídos no próximo mês
Previsão é que os trabalhos no local sejam concluídos no próximo mês
Um dos casarões mais emblemáticos de Brusque ganhou novas cores e está quase pronto para iniciar um novo capítulo em sua história. Localizada no alto, dentro da propriedade da antiga Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, a Villa Ida revive em um cenário totalmente diferente daquele em que os que passavam pela avenida Primeiro de Maio estavam habituados.
A casa, que agora é propriedade do empresário Luciano Hang, começou a ser restaurada em janeiro deste ano. A ideia sempre foi preservar ao máximo o casarão, que é um dos mais famosos da cidade.
Foi ali, que em 1949, o industrial Ivo José Renaux foi encontrado morto com um tiro na cabeça em uma das suítes da casa. O caso ficou famoso nacionalmente e a construção ganhou atenção especial.
Desde então, a Villa Ida sempre esteve no imaginário dos brusquenses e ao longo dos anos, passou por várias fases. A casa foi construída entre os 1910 e 1915, não se tem a data precisa. No início, serviu de moradia para Otto Renaux, filho mais velho do cônsul Carlos Renaux, que gerenciava a fábrica na ausência do pai.
Após a saída de Otto, a casa foi habitada pela família de Ivo Renaux, que era sobrinho de Otto. Mais tarde, de 1960 até o encerramento das atividades da fábrica, a mansão serviu como ambulatório.
Com o passar dos anos, a casa foi se deteriorando e a falta de manutenção constante a deixou em um estado crítico. Após a falência da fábrica, em 2013, a situação só se agravou. Partes do teto chegaram a desabar e um dos principais patrimônios históricos do município ficou ameaçado.
Em 2017, Luciano Hang adquiriu os bens da Fábrica Renaux em um leilão. Desde então, muito se especulou sobre o destino do casarão. Hang demonstrou a vontade de preservar a construção histórica e em janeiro deste ano a obra teve início.
Um dos arquitetos responsáveis pela restauração, Rubens Aviz, explica que a casa foi mantida original, sem nenhuma modificação significativa. “Só repaginamos para poder ter conforto, mas foi toda mantida original: portas, janelas, escadarias. O que foi possível recuperar, conseguimos deixar”.
O arquiteto destaca que uma das principais modificações foi no telhado. A estrutura foi desmontada e um professor da PUC de Curitiba veio até Brusque, fez o levantamento e redesenhou todo o projeto. “Ele foi refeito com todos os caimentos, inclinações no formato original. Foi necessário a recuperação porque as madeiras estavam comprometidas. Não aguentaria mais um ano”.
O assoalho também precisou ser substituído, já que a madeira estava podre. A parte elétrica e hidráulica também foi refeita para manter a segurança do prédio.
“Como é uma casa que não é tombada, só é parte do inventário de Brusque, permite-se manter as características externas e fazer remodelação interna, mas permanecemos com todas as repartições internas e mantivemos o que foi possível das características originais”.
O arquiteto diz ainda que a parte externa da casa também foi melhorada, inclusive, com o nome Villa Ida inscrito no piso da entrada da mansão.
O empresário Luciano Hang diz que “a casa vai ficar tão bonita quanto antes”. De acordo com ele, a obra deve ser concluída até o fim de novembro.
Ele diz que o interesse é que a população possa ver como ficou a restauração de perto, por isso, ele planeja abrir a propriedade durante alguns dias para que os brusquenses possam subir até o local e admirar a casa de perto.