Vigilância em Saúde acredita que última onda da Covid-19 em Brusque foi causada por variantes
Médico infectologista diz que mutações são procuradas em casos de reinfecção ou pós-vacinados
Médico infectologista diz que mutações são procuradas em casos de reinfecção ou pós-vacinados
Após Brusque registrar três casos de variantes da Covid-19, a Vigilância em Saúde acredita que parte dos casos da última onda da doença foram causados pelas mutações do coronavírus.
Os exames do Laboratório Central (Lacen) detectaram a variante de Manaus (P1) e um tipo menos severo da mutação (P2) nos pacientes de Brusque.
A diretora da Vigilância em Saúde de Brusque, Ariane Beatriz Costa Fischer, diz que não é possível comprovar quantos casos da variante foram registrados ao todo na cidade. No entanto, ela avalia que com base nas estatísticas “provavelmente a onda anterior foi toda de variantes”.
O médico infectologista da Vigilância Epidemiológica de Brusque, Ricardo Alexandre Freitas considera que esta foi a terceira onda da doença. “Tivemos uma onda lá em abril e maio, depois uma por causa da política em novembro, e agora esta. A terceira onda provavelmente foi em grande parte de variantes”, avalia.
Conforme o médico infectologista, a “variante P2 não teria uma implicação clínica tão importante, não sabemos direito qual a repercussão dela”.
No entanto, ele afirma que a P1 seria a variante mais fácil de transmitir. “Talvez o perfil epidemiológico dela atinja uma população mais jovem”, avalia.
Conforme a diretora, os três pacientes tiveram uma forma leve da doença e não foi necessário realizar a internação no hospital. “Eles já foram acompanhados e algo foi bem característico como a Covid-19 normal”.
Segundo Ariane, os três pacientes que contraíram o vírus não tinham histórico de reinfecção. No entanto, ela não descarta a possibilidade de eles terem contraído uma forma do vírus anteriormente e depois terem contraído a variante.
“A variante é um Covid, mas é um vírus em mutação. [Em uma próxima onda] com certeza terão novas variantes, inclusive a da Índia que logo chega para nós”, avalia a diretora.
Freitas acredita que 70% da população de Brusque não tem imunidade, pois ainda não recebeu a vacina contra a Covid-19. “Temos uma população muito grande e vulnerável ao vírus. Se o vírus voltar a circular, ele volta a contaminar todo mundo, independente da variante”.
Conforme a diretora explica, o exame para detectar a variante é feito pelo Lacen, que realiza coletas aleatórias para fazer o diagnóstico da variante nas cidades. O exame do tipo antígeno não consegue detectar os casos de mutações da Covid-19.
Por esse motivo, após ser feita a coleta com um cotonete no nariz, a equipe do Lacen realiza o exame RT-PCR.
Após a coleta, a amostra é enviada ao Lacen, em Florianópolis, que analisará o DNA da amostra. “A partir disso vai ser identificado se é uma variante ou não”. O resultado do exame fica pronto entre sete e 10 dias.
Conforme o médico infectologista, os exames das pessoas que foram reinfectadas, ou que têm possibilidade de estar com o coronavírus pela segunda vez, ou ainda pessoas que tomaram a vacina e tiveram sintomas da doença são encaminhados para o Lacen para identificar se é uma variante da Covid-19.
“Quem não é vacinado e não teve a Covid-19 ainda, nós só fazemos o exame antígeno. Estamos procurando nos casos de reinfecção ou pós-vacina para identificar se o imunizante está funcionando”, explica.
Freitas aproveita para lembrar a população de que é preciso seguir as medidas estabelecidas pela Vigilância Sanitária como o distanciamento social, evitar aglomerações, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool gel.
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