Vigilância em Saúde de Brusque disponibiliza gratuitamente medicamento que previne HIV
Doença ainda não tem cura, mas coquetel pode ser acessado por qualquer pessoa que acredita correr risco de ser infectada
Doença ainda não tem cura, mas coquetel pode ser acessado por qualquer pessoa que acredita correr risco de ser infectada
Os primeiros casos diagnosticados de HIV e Aids foram descobertos em 1981. A doença causada pelo vírus matou milhões de pessoas, já que por anos um tratamento ainda não tinha sido desenvolvido. Hoje, a situação da doença, que não tem cura, ainda é considerada uma pandemia pela quantidade de casos ao redor do mundo, mas a medicina avançou muito em medicamentos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e também para evitar o contágio.
Desde 2018, o Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente a Profilaxia Pré-Exposição (Prep). O tratamento, que é feito com dois medicamentos, bloqueia a contaminação do organismo do vírus HIV. Em Brusque, a Vigilância em Saúde é quem faz esse atendimento através do Serviço de Assistência Especializada (SAE).
De acordo com o Ministério da Saúde, a Prep é eficaz e oferece um grau de proteção contra a infecção pelo HIV superior a 90%, quando tomada regularmente.
A maioria dos usuários não apresenta reações adversas e, quando apresentam, estas tendem a desaparecer com o tempo. Os casos de seleção de cepas resistentes ocorreram em pessoas que utilizaram a Prep quando já infectadas. Por isso a importância do usuário realizar o teste anti-HIV em todas as consultas.
A farmacêutica Camila Gilli explica que qualquer pessoa que acredita estar correndo risco de ser infectada pode solicitar a medicação, como profissionais do sexo, pessoas com múltiplos parceiros e casais sorodiferentes. Em Brusque, atualmente 105 fazem acompanhamento de Prep no SAE.
Para prevenir a infecção por HIV, o paciente é orientado a tomar o medicamento diariamente.
“Para homens, é preciso utilizar 14 dias para começar o efeito e para mulheres, são 20. Mulheres não podem ter nenhum esquecimento, porque diminui muito a proteção. Para homens, um ou dois esquecimentos eventuais por semana ainda garantem a proteção”, explica.
A Prep não protege para outras doenças além do HIV. O SAE, porém, faz o acompanhamento para também diagnosticar outras possíveis infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que o paciente possa ter.
Camila conta que testes realizados durante a consulta de Prep para rastrear e tratar o mais rápido possível se a pessoa tiver alguma IST.
O SAE também atende os pacientes que têm HIV, com uma equipe preparada para a testagem e acolhimento. O atendimento não é descentralizado para os bairros para dar mais privacidade ao paciente e evitar o abandono do tratamento, já que são a referência.
Atualmente, 990 pessoas fazem o acompanhamento para tratamento da doença na cidade, enquanto 103 estão em abandono.
Além da Prep, o SAE também disponibiliza a medicação PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), para quem teve alguma relação sexual sem proteção ou acidente de trabalho.
O SAE ainda tem uma farmácia isolada para fornecimento de retrovirais e medicação controlada, com atendimento acolhedor e discreto para pacientes com HIV. A equipe ainda distribui autoteste de HIV, faz atendimento das hepatites virais, consulta inicial de farmácia e distribuição de insumos para a rede do município, como preservativos.
Apesar de o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ser o causador da Aids, elas são condições diferentes. Caso o tratamento seja adequado, a pessoa que tem o vírus tende a não desenvolver a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Ou seja, HIV não é sinônimo de Aids.
Muitos soropositivos (pessoas que contraem o vírus HIV), podem passar anos contaminados sem desenvolver a doença ou ter sinais e sintomas de aids. Entretanto, ainda podem transmitir o vírus. Caso façam o uso dos medicamentos, porém, podem reduzir a carga viral a zero.
“Hoje em dia, quem tem HIV, não quer dizer que têm a carga viral ativa. Quando a carga viral está zerada, o paciente não transmite. Nesse caso, se o paciente tiver um filho, por exemplo, não vai transmitir o vírus se a outra estiver utilizando a Prep”, explica a diretora da Vigilância em Saúde, Ariane Fischer.
A doença ataca células específicas do sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+), responsáveis por defender o organismo contra doenças. Por isso, o paciente fica suscetível a doenças oportunistas.
O atendimento para a consulta da Prep é feito através de agendamento no telefone 47 3110-1027, nas Unidades Básicas de Saúde ou presencialmente no prédio da Vigilância em Saúde, na rua Centenário, 126, no Centro 1.
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