Vigilância Epidemiológica reforça importância para a imunização contra febre amarela
Devem se vacinar, principalmente, pessoas que vão se deslocar para os estados com transmissão ativa da doença
Devem se vacinar, principalmente, pessoas que vão se deslocar para os estados com transmissão ativa da doença
Entre os dias 1º e 27 de janeiro, foram notificados nove casos suspeitos de febre amarela em Santa Catarina. Desses, um foi confirmado por meio de exame laboratorial e oito permanecem em investigação, aguardando resultado de exames.
Nenhum dos casos suspeitos tinha sido vacinado contra febre amarela. O caso confirmado é de uma paciente residente em Gaspar, com histórico de viagem para Mairiporã/SP, que apresentou sintomas no dia 9 de janeiro e evoluiu para óbito no dia 17 do mesmo mês. Este é o primeiro caso de febre amarela importada de Santa Catarina. O óbito de Lajeado Grande e os demais casos seguem sendo investigados.
Desta forma, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) alerta para necessidade de vacinação contra febre amarela. Pessoas que vão se deslocar para os estados com transmissão ativa da doença (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia) e catarinenses que vão para as cidades com área de recomendação da vacina, devem se imunizar pelo menos 10 dias antes da viagem. Além disso, crianças com 9 meses de idade, independentemente do local de residência, devem ser vacinadas conforme calendário nacional de vacinação em vigor neste ano.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por vírus amarílico ou vírus de febre amarela. Pode ser de curta duração ou evoluir de forma grave, podendo levar à morte. Transmitida pela picada de fêmeas de mosquitos infectados com o vírus, a doença não possui tratamento específico, sendo apenas sintomática, com cuidadosa assistência ao paciente em ambiente hospitalar. A vacina é a única forma de prevenção e está disponível gratuitamente na rede pública de todo país.
Qualquer pessoa que não tenha sido vacinada que resida ou visite áreas onde há transmissão da doença pode contrair febre amarela. A doença não é contagiosa, podendo ser contraída apenas pela picada do mosquito infectado com o vírus.
Sintomas
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo geral, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos mais graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada na pela ou branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Ao identificar alguns dos sintomas, a pessoa deve procurar um médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem, para as áreas de risco, realizada nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. Além disso, se observou mortandade de macacos próximo aos lugares onde esteve e se já tomou a vacina contra a febre amarela, além da data.
Quem perdeu o cartão de vacinação deve procurar o serviço de saúde que frequenta e tentar resgatar o histórico. Caso não seja possível, para as áreas de recomendação de vacina, indica-se que pessoas a partir dos 5 anos de idade que nunca tenham sido vacinadas ou estejam sem comprovante de vacinação sejam imunizadas contra febre amarela.
Contraindicação
A vacina não deve ser tomada por pessoas que se encontram nas situações abaixo:
– Crianças menores de 9 meses de idade;
– Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade;
– Pessoas com alergia grave ao ovo,
– Pessoas que vivem com HIV e que têm contagem de células CD4 menor que 350;
– Pessoas em tratamento com quimioterapia/radioterapia;
– Pessoas portadoras de doenças autoimunes;
– Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).
Vacinação sob prescrição
Em alguns casos, é necessário que a pessoa seja avaliada por um profissional antes de tomar a vacina:
– Pacientes com imunodeficiência primária ou adquirida;
– Indivíduos com imunossupressão secundária à doença ou terapias;
– Imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas);
– Pacientes em uso de medicações anti-metabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe);
– Transplantados e pacientes com doença oncológica, em quimioterapia;
– Indivíduos que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina;
– Indivíduos com reação alérgica grave ao ovo;
– Pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).
Medidas de proteção para pessoas com contraindicação de vacina
Indica-se o uso de repelente de insetos, devendo ser aplicado em toda área de pele exposta, respeitando os intervalos orientados pelos fabricantes e após contato com a água. Para crianças entre seis meses e dois anos de idade, gestantes e para aplicação em tecidos, há formulações próprias no mercado. É importante proteger a maior extensão possível da pele através do uso de roupas compridas (blusas e calças), meias e sapatos fechados. O uso de roupas claras facilita na identificação de mosquitos e permite que eles sejam mortos antes de picarem o indivíduo.
Passar o maior tempo em ambientes com portas e janelas protegidos por telas mosquiteiras, dormir em ambientes com mosquiteiros devidamente arrumados para não permitir a entrada de mosquitos (abas de abertura sobrepostas e barras inferiores embaixo o colchão) e uso de repelentes ambientais (sprays, pastilhas e líquidos em equipamentos elétricos) no quarto de dormir também são indicados.
Crianças menores de 6 meses de idade não podem receber a vacina e nem usar repelentes de aplicação direta na pele, por isso, devem ser mantidas o tempo todo sob mosquiteiros e/ou em ambiente protegido por telas.