Vigilância Sanitária de Brusque fiscalizará carnes em supermercados
Órgão, que ainda aguarda divulgação de lotes, recolherá produtos suspeitos, se estiverem à venda
A Vigilância Sanitária de Brusque informa que está aguardando informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre os lotes dos produtos suspeitos de irregularidades, identificados durante a operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
A operação identificou pagamento de propina por empresas produtoras de carne e embutidos a fiscais do ministério, com o objetivo de que fossem encobertas más práticas sanitárias.
A Polícia Federal encontrou irregularidades na fabricação de produtos alimentícios de marcas como Friboi, Seara, Sadia e Perdigão, responsáveis por grande fatia do mercado.
Conforme a coordenadora da Vigilância Sanitária de Brusque, Lucie Herta Hilbert, embora nenhum produtor da região tenha sido alvo da operação, os produtos em questão são distribuídos aqui e, portanto, o caso merece atenção das autoridades sanitárias.
Ela afirma que, conforme orientação da Vigilância Sanitária estadual, o município aguarda que o Mapa envie uma lista contendo a descrição dos produtos, assim como número do lote, data de fabricação e validade.
Com esses dados em mãos, os produtos suspeitos podem ser rastreados pela Vigilância, a qual poderá verificar diretamente nos supermercados se eles estão à venda.
Lucie relata que o procedimento é o mesmo já adotado em outras oportunidades, quando se descobriu que marcas de leite e mortadela poderiam estar contaminadas.
Ela explica que, por se tratar de uma gama de produtos muito grande, a Vigilância não pode simplesmente ir aos supermercados e recolher todos os produtos de uma determinada marca, até porque há custos para que sejam feitas as análises laboratoriais necessárias a atestar a qualidade.
A promessa do ministério era de que nesta segunda-feira, 20, a lista já estaria disponível para os municípios, mas isso não ocorreu. Caso sejam encontrados os produtos listados pelo Mapa, eles serão imediatamente recolhidos e enviados ao laboratório para comprovação de qualidade.
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Competência
A atuação da Vigilância Sanitária, no que se refere à fiscalização das carnes, se dá diretamente no comércio, na gôndola do supermercado; a avaliação da produção industrial compete aos serviços de inspeção municipal, estadual e federal.
O que é avaliado
No ato de fiscalização, no estabelecimento, há verificação de prazo de validade, armazenamento e temperatura, sobretudo. Se no rótulo do alimento está escrito que ele deve permanecer congelado, e os fiscais o encontram apenas resfriado, o alimento é apreendido e inutilizado.
No ano passado, a Vigilância encontrou muitos hambúrgueres, do tipo vendido avulso,
em armazenamento incorreto nos supermercados. Apesar da orientação de permanecerem congelados, boa parte foi encontrada apenas resfriado.
Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária, a aparência das carnes não necessariamente indica sua qualidade. Carnes mais escuras na gôndola, ou mesmo as com grande quantidade de sangue na embalagem podem estar em boas condições de consumo. Segundo ela, depende muito da avaliação pessoal do consumidor, em relação a aspectos como o cheiro da carne. A recomendação é de que, se o consumidor observar que há alguma alteração notável, deve levar o produto ao mercado com a nota fiscal para fazer a troca.
Periodicidade
A Vigilância Sanitária de Brusque tem cadastrados 13 mil estabelecimentos, nas mais variadas áreas, para realizar a fiscalização. Segundo informa o órgão, a vistoria nos supermercados é feita pelo menos uma vez por ano. Nos dois últimos, foi realizada em parceria com o Ministério Público, e a operação encontrou muitos produtos vencidos.
Providências
Conforme a Vigilância, os produtos identificados fora do armazenamento ideal são recolhidos e descartados; também é emitido termo de orientação para que os proprietários dos estabelecimentos tomem providências em relação às irregularidades
Carne estraga a caminho de casa
A Vigilância Sanitária de Brusque informa que são comuns casos de pessoas que foram responsáveis por estragar carnes e produtos perecíveis. Isso ocorre porque, entre colocar o produto no carrinho na hora da compra e transportá-lo até a geladeira de casa, às vezes se passa muito tempo. Nesse caso, é mais do que provável que o produto irá estragar, alerta o órgão.
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