Villa Renaux se transforma em laboratório para o ensino de restauro e manutenção de construções históricas

Edificação da década de 1930 é referência para os estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe

Villa Renaux se transforma em laboratório para o ensino de restauro e manutenção de construções históricas

Edificação da década de 1930 é referência para os estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe

Inspirada no palacete que Cônsul Carlos Renaux possuía em Baden-Baden, na Alemanha, a Vila Goucky (Villa Renaux) é uma construção icônica e à frente do seu tempo. A residência é dada como a primeira casa de Santa Catarina a ter sistema de ar condicionado.

Localizada na Avenida Primeiro de Maio, a edificação do século XX, foi por anos a casa de Cônsul Carlos Renaux e, hoje, é considerada uma das mais importantes construções históricas de Brusque, visto o papel de Cônsul Carlos Renaux no processo de industrialização de Santa Catarina.

Restauro

Rosalia Wal é a arquiteta responsável pelo projeto de restauro e manutenção da Villa Renaux e, atualmente, atua em duas frentes de trabalho no local. Uma delas é o projeto de restauro, readequação e ampliação da casa. Nesse projeto, a arquiteta prevê a adaptação da edificação às novas tecnologias, sem prejudicar a estrutura existente. Rosalia explica que, na década de 1930, quando o arquiteto alemão Eugen Rombach veio a Brusque a pedido do Cônsul, a obra previa um sistema de captação de águas pluviais que direcionava as águas para uma cisterna. Essa cisterna era um depósito das águas, que serviam para irrigar os jardins da Villa, por gravidade.

Características como essas são resgatadas no restauro, que tem por objetivo manter e preservar as peculiaridades previstas pelo arquiteto que projetou a edificação. Outra frente de trabalho diz respeito à manutenção da construção. Neste caso, Rosalia acompanha os desgastes causados pelo tempo. A manutenção é um processo contínuo e também busca conservar as estruturas, principalmente, respeitando os materiais naturais da edificação.

“Ao atuar com patrimônio histórico o arquiteto não pode querer transformar a edificação em uma obra nova. Ele precisa levar em consideração os materiais, que chamamos de não industriais, como os tijolos de barro, o reboco em barro e as estruturas em madeira, e utilizar as tecnologias a favor de manter viva a história daquele edifício”, explica a arquiteta Rosalia Wal.

Aberta para estudantes

O trabalho realizado na Villa Renaux tem inspirado estudantes e arquitetos interessados em atuar com patrimônios históricos. A casa que está aberta para estudantes e pesquisadores, por meio do projeto “Villa Renaux – Fazendo e valorizando a história”, firmado em 28 de julho de 2017, entre o Centro Universitário de Brusque (Unifebe) e Vitor Renaux Hering, responsável pela manutenção e conservação do imóvel, que tem se tornado um verdadeiro laboratório para o ensino de arquitetos e engenheiros.

“Desde que firmamos esse Convênio Cultural, a Unifebe se tornou responsável pela preservação dos documentos, registros, negativos de fotos, mobília e visitas à casa localizada na Avenida Primeiro de Maio, em Brusque. Como universidade comunitária, temos utilizado desses materiais tão ricos culturalmente e historicamente, para o ensino dos nossos acadêmicos e de toda a região, desenvolvendo projetos de pesquisa e proporcionando visitas guiadas ao local”, salienta a reitora da Unifebe, professora Rosemari Glatz.

Villa Renaux, um laboratório de arquitetura

São por essas características arquitetônicas, históricas e culturais que a casa chama a atenção de arquitetos, engenheiros e estudiosos e da população em geral. Julia Hort é egressa de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe, e com a equipe da Montgomery Engenharia Conceitual, visitou o espaço para se inspirar, já que trabalharão em um projeto de revitalização de uma casa de estilo similar, em Joinville.

Para Julia, visitar e aprender com a obra da Villa fez com que ela e a equipe viajassem no tempo. “A arquitetura é um registro físico de histórias e épocas já vividas. Trazer à consciência a relevância que existe em manter traços, materiais e elementos que representam a história em uma edificação só reforça a importância desse trabalho na Arquitetura”, frisa Julia.

Para a arquiteta, Rosalia Wal, o projeto da Villa Renaux é uma referência, pois a equipe trabalha em sintonia com a preservação do patrimônio. “Me sinto muito feliz em poder fazer um projeto de qualidade para um cliente que compreende que a preservação do patrimônio tem um valor coletivo. Tudo isso só é possível, pois contamos com o apoio de uma equipe de pessoas que realizam esta manutenção e que cuidam do imóvel com todo o cuidado e carinho”, complementa Rosalia.

A reitora da Unifebe, professora Rosemari Glatz, enfatiza que a Villa Renaux tem um valor inestimável para a história política, social e industrial de Brusque e de Santa Catarina. “Preservar a história é relembrar de onde viemos e para onde queremos ir. Nesse sentido que, a Villa Renaux é mais que uma construção, é um espaço onde mantemos viva a memória do nosso povo”, conclui Rosemari.


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