Visão empreendedora
Empresas começaram em casa, produzindo pequenas quantidades para consumo próprio
Um dos pioneiros foi Jacinto Girola, que chegou ao Brasil em 1875 e iniciou sua própria produção. No início, eram fabricados poucos litros, destinados ao consumo dos familiares. O filho dele, Antônio, seguiu a tradição, mas foi o neto do imigrante que iniciou a comercialização.
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Nas mãos de João Girola, a produção do vinho aumentava a cada ano. Geralmente, quem visitava a casa do proprietário comprava algumas garrafas. “Ele realmente começou a produzir de forma maior depois que começou a se desenvolver o turismo em Nova Trento, graças à história da Madre Paulina”, enfatiza o gerente da loja, Marcos Wolff.
Com o aumento da produção, surgiu o primeiro galpão, em 1991. O local é o mesmo da atual vinícola. “O filho dele, que hoje é o atual proprietário – seu Laerte Girola -, começou a ajudar o pai na produção e veio crescendo cada vez mais”.
Atualmente, a empresa produz 1,5 milhão de garrafas de vinho ao ano e vende para São Paulo, Paraná e Rondônia. A empreitada mais recente foram as exportações para China e Filipinas.
Sonho realizado
Os pais de Alécio Batisti viviam da fruticultura em Leoberto Leal, tradição que o acompanhou a Nova Trento. Com uma propriedade no bairro Claraíba, Batisti deixou a fruticultura e iniciou a produção do vinho artesanal no fim da década de 80.
“A gente sempre tinha o sonho de não morrer plantando fumo, de ser útil à sociedade, produzindo algo que desse satisfação para família.”
Em 1991, o sonho virou realidade e a família Batisti deu início à produção comercial dos vinhos Castel, seguido pela fabricação de geleias e sucos que podem ser encontrados na loja da vinícola.
Atualmente, a Castel é considerada como agroindústria familiar, pois todos os membros da família trabalham na agricultura”, diz o engenheiro agrônomo Victor Alisson Gomes. Dos 15 funcionários, apenas dois não são da família.
“Nós sempre prezamos pela originalidade, a qualidade do produto, e não pela escala. Um produto único, com identidade própria”, revela o proprietário.
A vinícola tem papel tão importante ao município que, desde os anos 90, participa da descoberta de uma mutação da uva bordo, a Grano D’ouro. Batisti começou o cultivo da uva e, depois da primeira safra, a Epagri de Urussanga realizou estudos. Hoje, a uva está em fase de registro e receberá o nome de NF 421 Paulina. “Esse foi o nome escolhido em homenagem à nossa cidade e à Santa Paulina”, afirma.
Homenagem ao pai
A história dos vinhos Vô Luiz começou em 1920, quando João Wolff iniciou a produção artesanal da bebida. O imigrante italiano passou todo o seu conhecimento ao filho, Luiz Wolff, que também ensinou o primogênito, Alcides.
Com produção pequena e manual, Luiz vendia para algumas cidades da região. Já no início da década de 90, com Alcides no comando, a tradição da família Wolff tornou-se uma empresa, batizada como Vô Luiz em homenagem ao pai.
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Devido às condições do solo e do clima de Nova Trento, a vinícola Vô Luiz decidiu investir o cultivo da uva no Rio Grande do Sul. Apesar da distância, a gerente administrativa Angelita Regina Wolff Belletti garante que a empresa monitora toda a plantação.
As mesmas condições influenciaram as vinícolas Girola e Castel a comprarem mais de 60% das uvas no estado gaúcho. “A região acaba não comportando tudo que a gente precisa para produção. A uva chega in natura e todo o processo de produção do vinho acontece na vinícola”, enfatiza Marcos Wolff.
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Veja outros conteúdos do especial:
– Introdução
– Revolução pelo conhecimento
– Vinho feito em casa
– Para manter cultura viva