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Visitante inofensivo, Brusque tem obrigação de ganhar tudo no Augusto Bauer

Após suportar meses longe de casa, Quadricolor volta ao Gigantinho sob a pressão de transformá-lo num alçapão implacável

Chegou o momento de o Brusque entrar no tudo ou nada da Série B. Os resultados dos jogos no Augusto Bauer vão ditar se o time conseguirá se salvar ou se, pelo menos, terá chances até o final.

As vitórias nestes confrontos diretos são obrigatórias, com o peso extra de que o time tem sido, há quase oito meses, incapaz de vencer como visitante. Há quatro rodadas, nem gols são marcados nas casas dos adversários.

O Brusque treina neste gramado sintético há meses. É a vez de utilizá-lo em jogos decisivos, ao lado de uma torcida que pode transformar o pequeno Augusto Bauer em um alçapão. E, por regra, o momento vai ser de apoiar e empurrar o time até o último minuto de cada jogo. Não importará se o ataque estiver falhando como falhou ao longo do ano ou se Rodolfo Potiguar ainda será o artilheiro quadricolor na Série B, com três gols.

Em quase um ano longe de sua própria cidade, o Brusque se manteve vivo. Foi muito difícil, mas, dentro de campo, o time conseguiu se aguentar. Após começar o ano de forma terrível, flertando com o rebaixamento no estadual, o quadricolor se recuperou rumo a mais uma final. No Brasileiro Série B, se virou bem, com seis vitórias, cinco empates e três derrotas como mandante. Está vivo na luta contra a degola, sem precisar contar com combinações mirabolantes e improváveis.

Ao longo deste período, clube, torcida e imprensa foram escutando estimativas que se provaram fora de qualquer possibilidade e realidade. Se por falha de cálculo ou se por tentativa de iludir, já não interessa. Primeiro, até abril; depois, até maio; depois, era o jogo contra o Paysandu; mais tarde, contra o Coritiba; e contra o Santos; e contra o Vila Nova; e contra o Amazonas. E a data parecia que nunca iria chegar.

Pois chegou. Com atraso. O Brusque tem que vencer Ituano, CRB, Chapecoense, Botafogo-SP e Guarani no Augusto Bauer. Seria bom ter mais jogos à disposição, mas será só isto mesmo.

Detalhes

O Augusto Bauer era muito criticado pelos adversários do Brusque na Série B em 2021 e 2022, principalmente pelas condições do gramado. Desta vez, será criticado pelo fato de ser gramado sintético.

E neste retorno ao estádio, é possível que sejam mirados outros detalhes. As primeiras impressões de Ituano, CRB e Chapecoense serão importantes para avaliar o que serão as qualidades e os defeitos do novo Gigantinho. Principalmente se haverá pontos de pressão para inviabilizá-lo.

Por exemplo, ter finais de Catarinense em 2020, 2022, 2023 e 2024 no antigo Augusto Bauer incomodou clubes do estado e, em boa medida, a FCF. Rolou até papo para que as decisões passassem a ser recebidas somente em estádios com capacidade mínima de 10 mil lugares. Assim, o estádio pós-reforma também passará, nas próximas rodadas, por testes importantes.

Ocampo e o banco

Se há uma ressalva mais forte a ser feita sobre os primeiros jogos de Marcelo Cabo é a respeito de como ele vê Matías Ocampo e de como ele subutiliza um jogador que chegou com a missão de fazer a diferença. Uma diferença que Tato González já dá ao meio-campo, e que Rodrigo Pollero, prejudicado por uma lesão, ainda não conseguiu mostrar.

Em meio a um bom início de trabalho, Marcelo Cabo vê Ocampo muito como um camisa 10, um substituto de González no decorrer do jogo. E até pode ser.

Mas em um momento no qual jogadores como Dentinho e Diego Mathias voltam a oscilar, o atacante uruguaio pede passagem, pede sequência a cada aparição de 20, 15 ou cinco minutos. Perdeu algumas oportunidades de gol, sim, mas, no geral, mostrou qualidade.

É claro que, ao substituir Pollero contra o Avaí, não seria Ocampo a opção, porque são jogadores totalmente diferentes. Osman, apesar da rejeição da torcida, era o “camisa 9” disponível. Mas havia espaço para o uruguaio em outra posição.

Talvez a totalidade dos treinos dê argumentos mais fortes ao treinador, mas pelo que se vê em campo, é difícil sustentar o pouco aproveitamento do jogador. Parece que há mais espaço do que lhe vem sendo oferecido.


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Velho Oeste Bar formou “família” de clientes e foi grande sucesso em Brusque nos anos 2000: